Na quinta-feira foi feriado aqui no principado de Água Santa. No restante do estado, foi ponto facultativo. Isso porque, pasmem, apesar do apego do carioca (aliás, do povo fluminense) a essa data religiosa, a lei não prevê o direito à folga do trabalhador além dos feriados oficiais. E esse não é um deles.
Claro que isso virou discussão no encontro de quinta-feira aqui na caverna. Não que a data fosse necessariamente uma oportunidade pra gente se encontrar. A maioria dos antigos do conselho folgam todos os dias.
Mas, direito é direito. Ibiapina defendeu que a data é tradicionalmente um feriado, sendo assim, oficializado está. Ponto facultativo é sinônimo de folga. — Já viu ponto facultativo trabalhado no Rio de Janeiro?
Ao que Nelson completou:— Tenta dizer pro trabalhador que o patrão mudou de ideia e que ele vai ter que dar expediente! É mais fácil o trabalhador mudar de patrão.
Fernando, que é servidor público, ainda tentou explicar que ele, o ponto facultativo, é fundamental para que o servidor possa ficar em casa, sem fazer desfeita para o cidadão que planejasse ir lá repartição solicitar ou até cobrar algum serviço.
Tudo isso porque o CLT, código trabalhista que rege esse dia extra de lazer, reconhece apenas os feriados criados por lei, seja municipal, estadual ou federal. E aqui, até agora, nenhuma dessas esferas resolveu.
— Essa discussão é pra sindicato patronal. Aqui em Água Santa facultativo é o churrasco — concluiu Ibiapina.
Mas é preciso lembrar que, para que muitos gozem do feriado ou qualquer outro tipo de folga, é necessário que alguém trabalhe. Como fazem os trabalhadores rodoviários que transportam os amigos nas viagens feitas nas folgas prolongadas ou os ferroviários que garantem o transporte de um ponto a outro da cidade daqueles que podem curtir o dia.
Feriado é feriado, mas não é para todos. Que bom que tenha sempre alguém cuidando do botequim, garantindo a alegria de quem tem folga.
Porque, afinal, folgado mesmo é o gato, que não vai à praia, mas come peixe!
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