O subprefeito da Zona Norte, Diego Vaz, em Bonsucesso, durante a inauguração das obras do Programa Bairro Maravilha.Reprodução / redes sociais

O engenheiro industrial e membro do Conselho Superior de Ensino do Senai Cetiqt Diego Vaz caiu na política pelas mãos de Eduardo Paes. Desde 2021, é o subprefeito da Zona Norte, área que esteve no centro das promessas da campanha de 2022. Em entrevista a O DIA, Vaz reforça a necessidade da valorização da região por parte dos órgãos administrativos e fala sobre o mote de sua gestão, o orgulho suburbano. "Não vamos tapar o sol com a peneira, mas devemos lembrar que aqui é o centro da cultura carioca, da culinária, das melhores escolas de samba, da interação social, etc. Para fazer esse resgate, precisamos entregar um bom serviço público", declara.
Uma das promessas de campanha de Eduardo Paes foi priorizar a recuperação e o adensamento da Zona Norte. Como está o andamento desse plano?
Esse projeto faz parte do Plano Diretor, que foi elaborado após audiências públicas com moradores e comerciantes e será votado este ano pela Câmara. Mas para ele virar realidade, também é preciso conversar com os setores produtivos. Recentemente, participei de uma reunião com duas empreiteiras que estão fazendo lançamentos na região. Eles perguntaram sobre o prazo do fim da obra do BRT, se haveria recuperação dos hospitais públicos, etc. Isso tudo pensando nos futuros moradores dos prédios. Ou seja, a prospecção de vendas é influenciada, em parte, pelas obras que fazemos. No fim, é uma relação vantajosa para todos: como argumento de venda, as empresas divulgam e valorizam as novidades da prefeitura, como: "olha só, você vai morar próximo ao novo Parque Piedade".
Falando no Parque Piedade, como está o andamento?
O projeto foi concluído no fim do ano. Está lindo, de colocar inveja no Parque Madureira. Estamos bem ansiosos para as obras, que devem começar no segundo semestre deste ano. Já temos o planejamento e o orçamento, agora só falta finalizarmos as negociações entre a massa falida, que administra os direitos dos antigos donos da Gama Filho, e a Procuradoria, para que todas as indenizações sejam pagas.
E o que a prefeitura tem feito, dentro de suas atribuições, para melhorar a segurança?
O principal exemplo do que tem sido feito é o Buraco do Padre, que era marcado como uma área de perigo. Fizemos uma intervenção urbana que revitalizou o lugar. Colocamos grafite nas paredes, criamos uma área de convivência com mesas e cadeiras e melhoramos a iluminação. Assim, as pessoas da comunidade do Céu Azul podem inclusive usar a área como lazer. O índice de assaltos e de roubos diminuiu muito. Outra mudança como essa, mas que acabou dando mais fluidez ao trânsito foi a substituição de semáforos por rotatórias. Nas três já feitas, verificamos uma queda no índice de furtos e roubos. Agora, estamos estudando com a CET-RIO para construir pelo menos outras quatro.
Sua gestão fala muito em orgulho suburbano. Ele estava em falta?
Acho que as pessoas se acostumaram a sempre ver o lado ruim da ZN. E, realmente, a gente convive aqui com muitos problemas. Temos os menores índices de desenvolvimento humano e social. Não vamos tapar o sol com a peneira, mas devemos lembrar que aqui é o centro da cultura carioca, da culinária, das melhores escolas de samba, da interação social, etc. Para fazer esse resgate, precisamos entregar um bom serviço público. No último ano, por exemplo, foram autorizadas mais de 2 mil rodas de sambas na rua: isso valoriza o espaço público, faz a economia local girar, e ainda faz o morador pensar: "poxa, eu vou a um evento lá longe, sendo que aqui do lado tem lazer e não vejo nenhum problema, nenhuma violência? Eu vou ficar no meu subúrbio".
Como a subprefeitura tem enfrentado um dos principais problemas, o dos alagamentos?
Trabalhamos em três frentes: conservação, para manter os ralos limpos; criamos os super ralos, com escoamento mais veloz; e estamos investindo em grandes obras. O investimento total é de R$ 260 milhões: metade para o Bairro Maravilha — troca do encanamento antigo, manutenção de calçadas, asfalto novo, etc —, e a outra metade é para obras da Rio Águas. Estamos canalizando o Rio Acari, além de trocar as galerias do Mercadão de Madureira e da Comendador Guerra, a principal rua da Pavuna. Essas últimas são mini piscinões, para resolver o problema das cheias. O orgulho suburbano não se limita só ao valor simbólico, mas também abrange o que está sendo feito para melhorar a vida do morador.
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