Mulheres do Alto Xingufoto de divulgação Fundação Cargill

Se as responsabilidades, cobranças, salários mais baixos, preconceito formam a desigualdade no mercado de trabalho e na sociedade em geral, imagine o quanto essas condições podem potencializar em pontos mais remotos do país.
Nesse espaço de empoderamento um dos destaques é a Escola de Empreendedorismo das Mulheres do Alto Xingú, no Pará, que atingiu a marca de 50 associadas. Essas famílias, chefiadas por elas, se beneficiam com ferramentas e subsídios para enfrentarem problemas socioeconômicos e para fortalecer a agroindústria na região. O projeto marca o Dia Internacional da Mulher comemorando a mais recente conquista do grupo: o Selo artesanal da ADEPARÁ, que autoriza o comércio da produção de polpas no estado.
“Na Associação desenvolvemos o olhar para evitar o desperdício e entender como podemos aproveitar ao máximo as polpas coletadas. Hoje temos o beneficiamento da polpa a partir da qual produzimos, por exemplo, licores, geleias e frutas cristalizadas”, destaca Maria Helena Gomes, uma das associadas.
Qualidade socioambiental

Com o objetivo de gerar trabalho, renda e melhorar a qualidade de vida em São Félix do Xingu, essas mulheres recebem treinamento sobre o plantio das mudas, uso correto para geração de renda com produtos artesanais e educação e consultoria quanto ao cultivo desse território. Buscando a sustentabilidade, também recebem suporte sobre reflorestamento já que o programa inclui ações de preservação da floresta em pé e de recuperação de áreas degradadas através da implementação de viveiros de mudas e do enriquecimento dos quintais agroflorestais.

“Por meio das capacitações de jovens e mulheres em empreendedorismo, tem sido possível ter mão de obra qualificada e uma atividade produtiva sustentável, gerando trabalho, renda e possibilitando a permanência dessas famílias no campo”, destaca Henrique de Souza, responsável pela ação da Fundação Cargill que trabalha com 22 projetos de qualidade alimentar, agricultura familiar e de implantação de novas áreas de sistemas agroflorestais biodiversos.
Autossuficiência
E dentro do pilar Bem-estar das Comunidades, também recebem orientação para que consigam se tornar autossuficientes na geração de renda própria, a partir do desenvolvimento de habilidades de empreendedorismo e educação financeira, o que resulta em impacto direto na qualidade de vida delas, de suas famílias e, consequentemente, nas comunidades.
“Fortalecidas socioeconomicamente, as mulheres conseguem aliar preservação ambiental e produção. E assim, mantém a floresta em pé e recuperam as áreas degradadas a partir da implantação de sistemas agroflorestais, subsidiadas pelas mudas de frutíferas e essências florestais produzidas no viveiro”, conta Celma Oliveira, coordenadora de projetos do Imaflora, Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola.