Crianças cada vez mais sedentárias por conta das mídias sociaisfoto de divulgação Fiocruz

Cada vez mais as pessoas, incluindo crianças, substituem atividades físicas por ações virtuais. O panorama, que já era preocupante, se agravou com a pandemia. É o que revela estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz que identificou que o percentual já era baixo (25,52%) e caiu drasticamente (4%) durante o período de isolamento.
“Contribuíram para a redução da adequação da atividade física (de 61,43% para 38,57%) e da adequação ao tempo de tela (de 67,22% para 27,27%, no caso dos televisores) entre crianças e adolescentes brasileiros. Portanto, enquanto Instituto Nacional, exercemos papel essencial na educação quanto à importância da atividade física, redução do uso de telas e tempo de sono adequado de acordo com a faixa etária”, explica Natália Molleri, terapeuta ocupacional do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
Pais e educadores precisam estar atentos
A pesquisadora também reforça que “o monitoramento de ações voltadas para crianças, adolescentes, pais, escolas e profissionais de saúde deve ser estimulado para a conquista de estilos de vida mais saudáveis e a melhoria de hábitos relacionados à saúde e desempenho escolar além do cenário de pandemia”.
Os pesquisadores do IFF/Fiocruz, Natália Molleri, Saint Clair Gomes Jr., Daniele Marano e Andrea Zin foram os primeiros a investigar a adequação a estes hábitos durante a pandemia da COVID-19 ilustrando o impacto significativo das restrições da doença na redução da atividade física e, em contraponto, o aumento do tempo de tela entre crianças e adolescentes brasileiros. A pesquisa ouviu 525 menores até 18 anos de diferentes regiões do Brasil.
“A quantidade de atividade física moderada a vigorosa (AFMV), tempo de tela recreativo (televisão, celular, computador, notebook ou tablet) e a duração adequada do sono têm reconhecida importância para a saúde de crianças e adolescentes, mostrando associações positivas com o desenvolvimento motor, condicionamento físico, redução da adiposidade (excesso de gordura no organismo) e melhora no condicionamento cardiometabólico. Ainda assim, poucos estudos avaliaram a adequação a estes hábitos em países de baixa e média renda”, encerra Natália Molleri.