Foi-se o tempo em que os festivais eram limitados às atrações musicais em espaços improvisados marcados pelo improviso, pela falta de infraestrutura e direcionados ao público alternativo. O que caracterizava-os no passado, torna-se inconcebível nos dias atuais. Inimaginável pelos conceitos de agora, a informalidade de Woodstock em 1969 ou o icônico lamaçal do primeiro Rock in Rio, em 1985.
Cada vez mais comerciais e competitivos, os eventos atuais vão muito além da concepção artística. As atividades fora dos palcos superam as atrações musicais. São tirolesas, ativações, merchandisings, espaços VIPs, estandes de parceiros, venda de produtos licenciados... O modelo contemporâneo também transcende fronteiras, transformando-se cada vez em marcas internacionais.
O lado positivo desse gigantismo financeiro está nas cobranças por contrapartidas socioambientais. Hoje, precisam incluir uma agenda positiva, na qual as causas neste sentido estejam atreladas às atrações musicais. Esse é o novo paradigma dos festivais modernos, onde a música se une à conscientização, criando experiências que transcendem a diversão momentânea e plantando a consciência para deixar um legado duradouro para as gerações futuras.
Aniversário do Rock in Rio A história do Rock in Rio se entrelaça com a do entretenimento no Brasil, colocando o país na rota dos grandes eventos internacionais, quando pela primeira vez, um país da América do Sul sediou um evento dessa magnitude. O Rock in Rio já realizou nove edições cariocas, outras nove em Portugal, três na Espanha e uma nos Estados Unidos.
Se as 40 velinhas serão sopradas em setembro nos palcos montados na Cidade do Rock, elas começaram a ser acesas bem antes, durante o maior Réveillon do mundo, o de Copacabana, seguindo por homenagens comemorativas no emblemático Cristo Redentor, na Roda Gigante da Zona Portuária e na Lagoa Rodrigo de Freitas. Na agenda pré-festival estão programadas ainda uma exposição interativa e um musical teatral com direção musical de Zé Ricardo e direção artística de Charles Möeller.
O festival investiu, junto com seus parceiros, mais de R$ 110 milhões em diferentes projetos, abordando temas como sustentabilidade, educação, música, florestas, entre outros. Apenas na Amazônia, foram plantadas 73 milhões de árvores. A marca foi pioneira em obter a certificação ISO 20121 — Eventos Sustentáveis e, desde a última edição, começou a trabalhar com metas ambiciosas para 2030, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Na última temporada, gerou um impacto econômico de mais de R$ 2 bilhões aos cofres cariocas. Como prova de reconhecimento de sua importância, passou a ser considerado patrimônio cultural imaterial do estado. Pelas várias Cidades do Rock erguidas desde 1985, já passaram mais de 11,2 milhões de visitantes. Entre os números impressionantes, mais de 64 milhões de pessoas foram alcançadas nas redes sociais em 2022 e o registro de mais de 12 milhões de fãs online.
Em seus palcos, já se apresentaram mais de 3.816 artistas num total de 130 dias de magia. Em setembro, juntam-se ao elenco, outras lendas vivas do cenário musical, como Cyndi Lauper, Gloria Gaynor, Mariah Carey, Katy Perry e a que se tornou talismã nacional do Festival, Ivete Sangalo.
Lollapalooza Desde a primeira versão nacional em 2012 até última, realizada neste final de semana em Interlagos, vem demonstrando, a cada edição, seu amadurecimento socioambiental. Em 2024, o Lolla renova a parceria global com o Re:wild, apoiando as ações brasileiras da entidade que incluem proteção e restauração de ecossistemas vitais, ajuda aos povos indígenas e processos de reintrodução de espécies ameaçadas de extinção, entre outras iniciativas.
A moda sustentável também ganha destaque com a apresentação de uma coleção circular, com peças desenvolvidas a partir de fibras recicladas. Além disso, o público poderá conhecer o processo produtivo do jeans sustentável, que utiliza até 70% menos água em seu processo.
Reciclagem
Foram montados quatro pontos de coleta no autódromo de Interlago onde o público poderá levar material usado para o consumo de bebidas e refrigerantes e trocar por brindes. Além disso, mantida a parceria com a Coopercaps (Cooperativa de Coleta Seletiva Capela do Socorro), responsável separar os resíduos gerados durante o Lolla 2024, que será recomprado pela engarrafadora de forma a apoiar a circularidade das embalagens e seu retorno ao ciclo produtivo.
“Temos uma parceria de longa data com o Lollapalooza, inclusive em outros países, e aproveitamos este momento para estarmos mais próximos do nosso público e para dar continuidade à estratégia da companhia de apoiar festivais e eventos culturais, promovendo experiências únicas e sustentáveis. A economia circular é uma jornada contínua e aqui, com o apoio dos nossos parceiros, convidamos o público para fazer parte desse movimento tão essencial e que promove tantos impactos positivos para o futuro das comunidades.”, explica Katielle Haffner, diretora de ESG da Coca-Cola Brasil.
As iniciativas promovidas durante o Lollapalooza Brasil reforçam a visão de um "Mundo Sem Resíduos" e estão alinhadas ao propósito de Fazer a Diferença, além de apoiar a meta global de dar destinação correta a todas as embalagens que coloca no mercado até 2030.
Ações Humanas
No campo social, destaca-se a parceria com a Teto Brasil, que atua no país desde 2006 em ações de superação da pobreza por meio da construção de moradias e projetos de infraestrutura nas favelas mais precárias do país. Durante o festival, a entidade recebe o público do Lolla em um estande imersivo, promovendo as sensações de conforto, refúgio e conexão.
"A proposta é oferecer uma 'casa temporária' ao público do festival, onde todos possam se sentir à vontade para compartilhar experiências e conhecer o poder do fazer em conjunto, que caracteriza tão fortemente nosso trabalho", explica Stella Araújo, Gerente Nacional de Captação de Recursos da TETO Brasil.
Durante o festival, os jovens podem conhecer e se inscrever no programa de voluntariado da Teto Brasil.
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