Porto de Imbitubafoto de divulgação BNDES

O avanço e o pleno desenvolvimento da economia azul, identificada inicialmente em 1960 pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI), tem urgência em capitanear o uso sustentável da chamada "Amazônia Azul" em várias frentes. Entre elas o de impulsionamento da bioeconomia brasileira.
Com aumento do perímetro brasileiro no oceano e vastos novos espaços costeiros sob sua jurisdição, o país precisa ser ágil e vencer a sua clássica burocracia para se posicionar internacionalmente neste segmento, estabelecer parcerias, firmar transações comerciais, desenvolver pesquisas e evitar piratarias e, consequentemente perdas de divisas. O desenvolvimento de sua economia marítima, que já responde por uma parcela substancial do PIB nacional e do emprego, possui um potencial de crescimento exponencial. O Brasil desenvolve o seu modelo de atuação no segmento baseado no Planejamento Espacial Marinho dividido por regiões ,contando com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. 
"O PEM é uma clara demonstração para os investidores de segurança jurídica e um compromisso com a conservação do meio ambiente. Se não fosse pelo BNDES, o que estamos vendo aqui não seria possível. A Marinha expressa sua gratidão ao Banco. A sociedade terá uma visão muito mais abrangente de nossa 'Amazônia Azul'", disse o Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira.
Pioneirismo no Sul
Finalmente o PEM começa a sair o papel. O projeto começa a andar depois de cinco décadas de esforços envolvendo diversos setores nacionais. O primeiro deles, que serve de modelo, é o referente a região sul do país, que abriga cinco entre os principais portos brasileiros e diversas instituições de pesquisa em estudos costeiros-marinhos. O estudo técnico é feito pela empresa Codex Remote.
Sua implementação representa um passo importante para o Brasil servindo de carro-chefe para as implantações nas demais regiões, com iniciativas para preservação e utilização sustentável dos recursos marinhos. Com um planejamento integrado e participativo, o país precisa se preparar para assumir os desafios e aproveitar as oportunidades oferecidas pela vasta extensão de sua 'Amazônia Azul', gerando o desenvolvimento econômico aliado a conservação ambiental.
PEM por regiões
Até 2030 a previsão é de que já devem estar implementadas as versões que abrangem as outras regiões: Sudeste, Norte e Nordeste do país.
"Este é um momento crucial para a sustentabilidade dos oceanos no Brasil. Hoje, estamos dando início, na prática, à construção .do conhecimento de nossa 'Amazônia Azul'. O BNDES tem a honra de fazer parte dessa jornada", afirmou Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES

O PEM é uma ferramenta fundamental para a organização, integração e soberania nacional, mapeando os recursos naturais da costa brasileira para permitir uma gestão sustentável do espaço marinho. O projeto, integra informações da Marinha, BNDES, Ministério do Meio Ambiente, Ibama e órgãos estaduais e municipais do litoral.
BNDES Azul
A atuação do BNDES nesse bioma não fica restrita ao PEM. O banco elabora uma extensa agenda de financiamentos que visem potencializar a economia marinha, com investimentos setoriais como: descarbonização da frota naval e infraestrutura portuária, pesca, transporte marítimo, exploração de petróleo, bioenergia e preservação ambiental - segmentos que tendem a ser priorizados dentro dessa iniciativa.

Atualmente, o BNDES possui cerca de R$ 22 bilhões em sua carteira azul. Desse montante, mais de R$ 13,6 bilhões são destinados a ações de docagem, embarcações de apoio, estaleiros e navios petroleiros. Outros R$ 7,7 bilhões são direcionados para propostas voltadas para o transporte marítimo, portos, terminais e embarcações. Para o setor de turismo marinho e costeiro, o banco possui em sua carteira cerca de R$ 296,7 milhões. Além disso, estão destinados aproximadamente R$ 47 milhões para projetos de recuperação de manguezais, como parte da iniciativa Floresta Viva, em parceria com a Petrobras.

Contatos do Colunista Luiz André Ferreira