Rio de Janeiro registrou crescimento de 29,8% nas transações imobiliárias em abril, segundo o Registro de Imóveis do BrasilFreepik

O Registro de Imóveis do Brasil (RIB) acaba de divulgar os dados das transações imobiliárias registradas em capitais e municípios do país no mês de abril. O destaque, segundo o estudo, é para Recife com avanço de 95,8% nas transferências totais, na comparação com o mesmo período de 2022. Já as negociações de compra e venda cresceram 67,7% na cidade. O Rio de Janeiro aparece em seguida com 29,8% e na sequência estão Fortaleza (CE), com 12,2%, Guarulhos (SP), 11,8%, Ribeirão Preto (SP), 9,7%, e São Paulo (SP), com 0,7%.

Na avaliação de Patricia Ferraz, registradora de imóveis em Diadema (SP) e responsável por conduzir o informe, vários fatores estão contribuindo para o recente otimismo no setor. Entre eles estão o desempenho positivo do PIB (Produto Interno Bruto), a redução de incertezas e dos riscos relacionados à política fiscal do governo, além da inflação em queda. "Mesmo com a manutenção do patamar da taxa básica de juros (Selic) – algo que tende a reduzir a atividade econômica no país, a concessão de crédito e as transações –, os números da economia têm surpreendido analistas e mercado, contribuindo também para um aumento nos indicadores de confiança de empresários e consumidores", observa Patricia.

IPCA negativo

O resultado negativo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de junho, que ficou em -0,08%, é mais uma prova de que o processo inflacionário está sendo controlado. A afirmação é da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias). Em nota, a entidade avaliou que, diante desse cenário, é preciso reduzir a Selic (taxa básica de juros) para estimular o desenvolvimento econômico, social e, principalmente, a geração de empregos no país.

A Abrainc ressaltou que a Selic em 13,75% ao ano inibe a realização de novos investimentos e prejudica a vida de diversas empresas, nos mais variados segmentos. A despesa com juros bancários compromete a saúde financeira das empresas, que ficam impossibilitadas de crescer e com dificuldades de arcarem com suas despesas obrigatórias.

A associação pontuou ainda que, além da redução na Selic, é preciso que o Banco Central adote medidas que elevem o funding (captação de recursos) ao setor imobiliário. Uma delas seria o aumento no percentual de recursos da poupança, direcionado obrigatoriamente ao financiamento de imóveis, hoje em 65% para 70%.