Cota condominial média no Sudeste foi de R$ 516,84, no primeiro semestre de 2025, afirma pesquisaFreepik
Taxa condominial sobe de R$ 413 para R$ 516 no país
Inadimplência com mais de 30 dias cresceu 11,95%, indica censo condominial
A coluna trouxe outro recorte do censo condominial mostrando que a média nacional da taxa mensal nos edifícios subiu de R$ 413 no primeiro semestre de 2022 para R$ 516 no mesmo período deste ano, crescimento de R$ 103 ou 24,9%. A inadimplência com mais de 30 dias também avançou, chegando a 11,95% no primeiro semestre de 2025, o maior patamar do período.
Analisando por regiões, a cota fechou, no primeiro semestre de 2025, em R$ 537,32 no Sul; R$ 522,30 no Nordeste; R$ 516,84 no Sudeste; R$ 514,51 no Centro-Oeste; e R$ 429,21 no Norte. Todas com alta relativa ao primeiro semestre de 2022. Já com relação à inadimplência, o Norte registrou 18,44%; o Nordeste 13,52%; o Sudeste 11,78%; o Centro-Oeste 10,21%; e o Sul 9,45%. Todas também com crescimento no período analisado. O estudo foi feito com base em dados da própria uCondo e com informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da Receita Federal.
Na avaliação de Léo Mack, cofundador e diretor de Operações da plataforma, os impactos aparecem na redução de caixa, no adiamento de obras e mais dificuldade para cumprir contratos recorrentes, um alerta para a gestão cotidiana dos condomínios. “Mas a despesa média está crescendo de forma previsível. Isso pede, por parte da gestão, um planejamento orçamentário mais fino, a revisão de contratos de serviços, como limpeza, portaria e manutenção, e o reforço do fundo de reserva para evitar repasses abruptos”, ressalta Mack.
Victor Tulli, diretor da Administradora Nacional, reforça que o cenário revela um desafio crescente para síndicos e gestores condominiais em todo o país. Segundo ele, o aumento das cotas não decorre somente da inflação global, da cesta de IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), mas também da elevação do custo de mão de obra, contratos de segurança e manutenção predial, itens que representam a maior parte da despesa dos condomínios. Além disso, alterações recentes no Código Civil reduziram os juros, quando não convencionados, o que também representa um custo menor do inadimplente em deixar o condomínio de lado.
“Quando a inadimplência sobe, a pressão sobre o caixa se intensifica e a conta acaba sendo dividida entre menos pagadores. Por isso, gestão transparente, previsibilidade orçamentária e revisão periódica dos contratos são fundamentais para evitar repasses mais bruscos’, afirma Tulli.
Ele destaca ainda que ferramentas de controle financeiro, automação da comunicação com condôminos e políticas de negociação antecipada podem reduzir a inadimplência e assegurar estabilidade aos empreendimentos. “O condomínio bem administrado sente menos o impacto do ambiente macroeconômico”, completa o diretor.

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