Por tamyres.matos

Rio - Ariano Suassuna é um paraibano arretado. Com a voz mansa, embalada por frases cheias de humor, o escritor e poeta alçou voos para muito além do sertão de Cariri, onde passou a infância. Aos 86 anos, o entusiasmo com que leva a vida não deixa de fazer jus ao título de imortal, concedido pela Academia Brasileira de Letras.

No sábado, o autor chega ao Rio para a inauguração da mostra ‘Ariano Suassuna — Arte como Missão’, quando haverá um espetáculo-aula gratuito, ao meio-dia, no Theatro Municipal. “O nome da mostra foi extraído de uma frase que o Ariano sempre fala nas aulas. Para ele, arte é festa, e não um mero produto de mercado”, defende Elias Sabbag, um dos produtores, que logo em seguida emenda: “Digo que a literatura dele tem aspectos universais. A partir de uma aldeia, o Ariano conseguiu conquistar o mundo”.

Ariano Suassuna dará espetáculo-aula gratuito no Theatro MunicipalDivulgação

Como parte do projeto, as diversas adaptações audiovisuais de algumas obras do escritor estarão ao alcance do público neste fim de semana, na Caixa Cultural, no Centro. Não deixarão de entrar na lista filmes consagrados, como ‘O Auto da Compadecida’, e microsséries televisivas, como ‘A Pedra do Reino’, exibida em 2007 pela TV Globo.

A mostra ainda vai contar com uma exposição de fotos inéditas que permanece, também na Caixa Cultural, até o dia 18 deste mês. As imagens foram feitas pelo artista plástico e fotógrafo Alexandre Nóbrega, que acompanhou o cotidiano de Suassuna por 15 anos. Foram clicadas situações inusitadas vividas pelo imortal, como a espera de um voo atrasado, deitado sobre o chão do saguão de um aeroporto.

Animado com as passagens calorosas e lotadas por Brasília e Fortaleza, Elias Sabbag aguarda um público grandioso para o bate-papo com o autor no Rio. “Ele fala de coisas muito profundas, numa linguagem muito simples, sempre defendendo a cultura popular como arte de excelência”, derrete-se. Numa das outras apresentações, Suassuna revelou alguns dos ingredientes do sucesso: “Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho”.

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