Rio - O jornalista paulista Sérgio Pereira Couto já esteve com — acredite — sujeitos que rastreiam pistas de que o cantor Elvis Presley (1935-1977) está vivo. As Elvis Sighting Societies (Sociedades de Observação de Elvis) atuam em vários países. E são uma das curiosidades que ele expõe no livro ‘O Rock Errou? — Os Maiores Boatos, Lendas e Teorias da Conspiração do Mundo do Rock’ (Ed. Matrix, 216 págs., R$ 37).
“Conversando com conspirólogos, você tem que estar preparado para ouvir de tudo”, diverte-se Sérgio, pesquisador de rock e de sociedades secretas (sobre as quais já escreveu vários livros). “Há aquelas famosas lendas de que o Paul McCartney teria morrido num acidente de carro em 1966. Tem gente que discute comigo e diz que o Paul morreu mesmo!”. A tal lenda está no livro e, como se sabe, teria uma pista: a capa do disco ‘Abbey Road’ (1969), dos Beatles, na qual o sósia que teria substituído Paul está descalço (o que, para muitos, representa a morte).
“Para chegar a desmentidos sobre certas lendas, conversei com pesquisadores, fãs, DJs de rádios americanas. Também analisei a evolução dos boatos”, relata Sérgio, que se interessou pelo assunto em 1980, quando o beatle John Lennon morreu. “Li um artigo sobre um pacto com o diabo que ele teria feito. Achei o autor do texto e discuti com ele as incongruências daquilo”.
A tal “caça ao Elvis” tem lá seus fundamentos. E em situações bizarras, mas que são verdade. “Instalaram um aparelho de ar-condicionado no caixão do Elvis. Uma pessoa me mostrou fotos disso. Devia ser uma extravagância qualquer dele. Só que você fala com um conspirólogo e ele começa: ‘Ah, Elvis forjou a própria morte!’”, afirma, rindo.
Pois é, nem tudo é lenda, como ‘O Rock Errou?’ também explica. Sim, o Kiss mandou imprimir um gibi da banda em que o sangue dos integrantes misturou-se à tinta — há fotos em que a banda aparece doando sangue. E há muitas mentiras, como a de que Mick Jagger e David Bowie teriam sido pegos pela então mulher deste último, Angela, fazendo sexo. “Ela desconfirmou. Eu mesmo já a entrevistei”, diz.
O livro cita teorias que envolvem nomes nacionais, como a de que Renato Russo (1960-1996) teria sido outro a forjar a própria morte. Mas o grosso do material vem de nomes como Jim Morrison (1942-1971), cujo corpo, após o óbito, foi visto apenas pela namorada e pelo médico que o atendeu.
“Já vi várias fotos que mostram o suposto fantasma dele. O engraçado é que, quando fui à porta do prédio em que ele morreu, em Paris, para tirar fotos, um velhinho me cutucou e disse em inglês, com sotaque francês: ‘Terceiro andar, lado esquerdo’. Depois, olhei para trás e o velho tinha sumido. Claro que todos me falaram que era o Jim”, recorda.
A nova fornada de boatos envolve a sociedade secreta Illuminati, supostamente envolvida com nomes do pop. “Eles não são nenhum bicho de sete cabeças nem têm nada a ver com a Lady Gaga ou com a morte de Michael Jackson, como falam. Eles são ligados à maçonaria, fazem ações de caridade e, sim, há muitos deles em Brasília”, conta.