Rio - Sem lançar disco de inéditas há cinco anos, Zeca Pagodinho sacia a sede de seu público por novas músicas. O sambista carioca lança esta semana ‘Ser humano’, álbum produzido por Rildo Hora. O CD alinha 14 músicas. Um dos destaques é ‘Nas asas da paixão’, melódico samba que faz com poesia o inventário de amor intenso. Trata-se de samba antigo que junta na parceria um compositor associado à bossa nova, Marcos Valle, com um bamba da turma do Cacique de Ramos, Luiz Carlos da Vila (1949 - 2008). O samba é antigo, mas nunca tinha sido registrado. Valle toca piano na gravação.
Zeca amplia sua turma no disco sem se afastar dos parceiros de sempre, como Arlindo Cruz e Sombrinha, com quem compôs o samba ‘Foi embora’, ode à mulher amada que partiu. Guitarrista revelado no grupo Novos Baianos, Pepeu Gomes é convidado de ‘A monalisa’, samba de Adilson Bispo e Zé Roberto. Outra participação inusitada — e ainda mais surpreendente — é a do humorista mineiro Pedro Bismark. O intérprete da personagem ‘Nerso da Capitinga’ figura no CD em ‘Mané rala peito’, samba do Trio Calafrio (Barbeirinho do Jacarezinho, Luiz Grande e Marcos Diniz).
De autoria de Claudemir, Marquinho Índio e Mário Cleide, o samba que batiza o disco perfila cara alto astral de ‘sorriso iluminado’ que tem coração que ‘não cabe dentro do peito’ e que está sempre ‘junto e misturado com seu povo’. Perfil que se ajusta ao próprio Zeca Pagodinho.
Compositor baiano que já forneceu vários sucessos para Zeca, Nelson Rufino contribui com ‘Mangas e panos’, samba em que um ‘vacilão’, resignado, perde perdão à mulher amada. O time de compositores arregimentado por Zeca agrega bambas de distintas gerações. Juninho Thybau é convidado e parceiro (de Kiki Marcellos) em ‘Tempo de menino’. Os veteranos Almir Guineto e Adalto Magalha assinam ‘A santa garganta’. Zeca continua junto e misturado com seu povo.
