Por tabata.uchoa
Capa do novo livro da antropóloga Mirian GoldenbergDivulgação

Rio - Uma mulher tem uma noite de sexo maravilhosa, perfeita, incomparável. Porém, seu par perfeito não liga para ela de volta, e começa, assim, uma infinidade de questionamentos femininos sobre o que pode ter dado errado para que ele não torne a procurá-la. A história, que com certeza é compartilhada por muitas mulheres, é a trama de ‘SeXo’ (Editora Record, 160 págs. R$ 25), o primeiro romance da antropóloga Miriam Goldenberg, que chega às livrarias este mês.

A acadêmica, que tem publicados mais de 30 livros em que aborda diversos dramas contemporâneos, como o envelhecimento, casamento e o corpo, fala em sua nova obra sobre as desventuras e neuroses de uma mulher depois de uma noite teoricamente casual.

Miriam acredita que, apesar das transformações que a sociedade vem experimentando, houve pouco avanço quando se pensa nas relações entre homens e mulheres. “Em minhas pesquisas, não vejo muitas mudanças, ao menos no discurso, com relação aos desejos afetivos e sexuais de homens e de mulheres. Elas continuam querendo ser únicas, especiais, diferentes das demais mulheres. Eles ainda precisam mostrar que são ‘homens de verdade’, principalmente para os outros homens. Elas continuam invejando a liberdade masculina. Eles não invejam nada nelas. Elas não assumem plenamente os seus desejos sexuais e continuam culpando os homens por suas traições”, teoriza.

A nova empreitada da autora pretende dialogar com o leitor, mas, ao mesmo tempo, tem um caráter pessoal para Mirian. “A ideia de uma escrita cada vez mais íntima me agrada. Quero falar de e com todas as mulheres que pesquisei e que conheço, mas quero também falar sobre as minhas experiências, sofrimentos, descobertas, saídas”, explica ela, que, em sua nova obra, trata questões sérias sempre de maneira cômica. “Aprendi que a risada é o melhor jeito de superar as adversidades e amadurecer. Tenho buscado exercitar cada vez mais um jeito de escrever coisas muito sérias com humor. Estou só começando e pretendo amadurecer muito mais esse estilo”, adianta.

O livro faz uma verdadeira imersão pela cabeça de uma mulher que, ao mesmo tempo em que se sente feliz com a sua conquista sexual, vive, de perto, o medo de ser rejeitada. É fácil a identificação com a personagem, cheia de dramas comuns às mulheres. “Gosto de estudar mulheres que pensam que são diferentes, sofrem por acharem que são diferentes, mas que na verdade são extremamente parecidas com toda e qualquer mulher”, conta ela.

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