Por clarissa.sardenberg

Rio - Moraes Moreira saiu dos Novos Baianos no meio da década de 1970, mas o lendário grupo nunca saiu dele. A brasilidade pop do som do coletivo baiano ecoa em ‘Nossa parceria’, primeiro álbum gravado por Moraes com seu filho Davi Moraes. Basta ouvir ‘Bahia oi Bahia’ (Vicente Paiva e Augusto Mesquita), samba raro de 1940 revivido com toque de bossa nova, para escutar esse eco no CD.

O samba domina o repertório, mas há também frevo e choro entre as dez músicas alinhadas em ‘Nossa parceria’, álbum editado pela Deck. Seis são inéditas em disco.
Pai e filho se irmanam, joviais, na gravação dessas músicas (ainda que a falta de viço da voz de Moraes aponte a passagem do tempo). O disco abre com ‘Bossa capoeira’, samba de autoria do baiano Oscar da Penha (1924-1997), o cultuado Batatinha.

Davi Moraes e Moraes Moreira abrem o álbum ‘Nossa parceria’ com ‘Bossa e capoeira’%2C samba do compositor baiano Batatinha (1924-1997)Marcos Hermes/ Divulgação

‘Nossa parceria’ equilibra baianidade e carioquice, em fina sintonia com os movimentos de Moreira na vida e na música. Davi dá sopro de novidade ao disco como compositor de músicas como ‘Coração a batucar’ (parceria de Davi com Alvinho Lancellotti lançada na voz da cantora Maria Rita em 2011) e ‘Centro da saudade’ (samba de Davi com Pedro Baby e Carlinhos Brown lançado na voz de Brown em 2010).

Além da afinidade na execução das dez músicas, a parceria entre pai e filho está oficializada na assinatura dupla de composições como o instrumental ‘Chorinho pra Noé’ (tocado por Moraes ao violão e por Davi ao bandolim), na música-título ‘Nossa parceria’ (de balanço bem carioca) e em ‘Quando acaba o Carnaval’.

Quase sempre feita na rota que liga a Bahia ao Rio, a viagem musical do CD ‘Nossa parceria’ faz escala em Pernambuco. Em ‘Frevo capoeira’, Moraes saúda ícones do gênero carnavalesco do Recife (PE). Tudo a ver com disco repleto de brasilidade pop.

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