Rio - Em meio a malabarismo, tecidos e acrobacias circenses, os mistérios dos deuses africanos ganham vida com o grupo Afro Circo, do Afroreggae, no espetáculo ‘Gênesis — o Mix da Criação’. A montagem fica em cartaz até o dia 22 de maio, no Teatro Carlos Gomes, sextas às 20h, sábados às 16h e às 20h, e domingos às 20h. O espetáculo que apresenta a criação do mundo, segundo a mitologia africana, tem ingressos a R$ 30.
Para Alexandre Jaspion, diretor cênico do espetáculo que assina com este sobrenome por ser fã do desenho de 1985 e ter recebido este apelido de um amigo quando entrou no mundo circense, houve uma preocupação com a escolha do tema. “A minha preocupação era não entrarmos no mérito da religião, da crença de ninguém por que cada um tem a sua”, afirma. Este fator fez com que os elementos africanos fossem colocados de forma sutil no roteiro, como por exemplo, uma narração no início do espetáculo que conta como o deus Olorum criou a Terra.
Além disso, Alexandre explica que na primeira versão, em 2013, eram 28 atores em cena e existiam personagens pouco aproveitados. Agora, com 12 artistas, o personagem Benjamim de Oliveira, que ficou conhecido como o primeiro palhaço negro do Brasil, e que vai ser interpretado pelo ator Alex Schittini, ganha mais destaque. Ele passa a ser o responsável por interligar as cenas contadas no palco.
Jaspion reconhece que é totalmente parcial quando tem que falar sobre seus bailarinos. “Sou suspeito para falar.Eles colaboram, embarcam na minha visão. Poderia pontuar várias questões”, diz. Mesmo com o corpo de baile afinado, a dificuldade maior foi adaptar um tema tão rico para o circo de uma forma que não ficasse chato. “Como o tema era rico, foi difícil pensar em como transportar isso para o circo. Mas o espetáculo ficou rápido e dinâmico”, avalia Jaspion”.