Rio - A grande final da primeira edição nacional da Batalha dos Barbeiros Brasil acontece no próximo dia 24, na Arena Dicró, na Penha, a partir das 13h, mas o legado que a competição deixa para os jovens barbeiros de cidades de todo o Brasil é maior do que uma simples disputa. Quatro finalistas de cada categoria — Desenho, Tradicional e Barba Express — se enfrentam na batalha derradeira, que irá consagrar o melhor barbeiro do Brasil, premiado com um cinturão e aproximadamente R$ 5 mil em equipamentos e materiais diversos de barbearia.

“O legado é profissional, damos cursos para esses meninos na comunidade. Em cada batalha, muitos visam a profissão como forma de ganhar dinheiro. Recebemos pais desempregados, pessoas que saíram do tráfico”, conta Erica Nunes, idealizadora do evento, que transformou sua casa, localizada no bairro do Mendanha, em Campo Grande, na República dos Barbeiros. O espaço é, ao mesmo tempo, uma barbearia, escola de barbeiros e produtora de trabalhos sociais e de eventos. “É uma forma de expressão da comunidade, de profissionalizar essa galera que vem da periferia e valorizar a classe dos barbeiros.”

Para a grande final, o tema é a Olimpíada, na categoria Desenho. “Os jovens vão reproduzir nos cortes um desenho sorteado”, acrescenta a idealizadora. Ela ainda conta que Everson Perninha, que se tornou o barbeiro das celebridades do futebol e do samba, saiu das batalhas e se especializou na ‘República’. “Hoje, os jovens estão chiques nas referências, querem cortes de estilo europeu, corte que chamamos de disfarçado, aquela coisa bem freestyle mesmo.”