Por tabata.uchoa

Rio - Neste domingo, nossa conversa é com a atriz Heloísa Périssé. Ela nos falou de sua vida, projetos, sonhos e do trabalho com as filhas, Luisa (18) e Antonia (10), que também deram dois dedinhos de prosa. Elas estreiam hoje o espetáculo ‘Alice no País da Internet’, no Vivo Rio.

Heloísa PérisséDivulgação

Fale sobre a carreira.
Eu morava na Bahia, meu pai, militar, foi transferido para lá. Fui para o Rio porque queria ser atriz. Entrei na CAL e estudei com Hamilton Vaz Pereira. Fiz um teste para um curso de Domingos de Oliveira, e ele me perguntou se eu topava ler uma peça dele. Li e ele me colocou no elenco de ‘As Guerreiras do Amor’, que tinha Maitê Proença. As pessoas me viam no teatro e me chamavam para fazer testes e participações. Meu primeiro contrato como atriz na Globo foi em 1996, no ‘Chico Total’. Fazia vários quadros. Meu contrato como autora aconteceu em 1991, quando adaptei Machado de Assis para TV. De 640 pessoas, selecionaram oito, e eu entrei.

O que marcou a carreira, e foi seu ‘divisor de águas’?
Tive um upgrade mesmo quando a Tati (adolescente, um dos meus personagens mais famosos) estourou na televisão. Foi com a Tati e a peça ‘Cócegas’.

Mudando de assunto, estamos vivendo uma crise institucional histórica. Como você se sente?
Acho que está tendo um movimento grande agora. Fomos abafados, passamos um período em que falar não era legal, não era de bom tom. Tinha que rezar essa cartilha. Mas, antes de ser atriz, sou uma cidadã e quero o melhor para esse país, porque acho o Brasil absolutamente maravilhoso. Realmente, estamos em uma sinuca de bico, o que sinto, às vezes, é que ‘se correr o bicho pega, se ficar o bicho come’, ou seja, todos têm telhado de vidro. E aí? Quem sobrevive? É duro entrar na carvoaria de terno branco e sair limpo. Diante disso, não tenho nem o que dizer. Explode tudo e começa de novo.

Conte uma novidade.
Estou finalizando a segunda temporada de ‘TOCs de Dalila’, que estreia em novembro no Multishow. Apresentei também alguns projetos na Rede Globo, mas que dependem de avaliação e aprovação. Estou escrevendo um filme, baseado numa peça minha, que vai reunir Lucio Mauro Filho, Marcello Serrado, Otávio Müller, Malu Mader, entre outros. Também vou começar a ensaiar outra peça minha, com direção do meu marido, Mauro Farias.

Como anda o coração? Está apaixonada ?
Graças a Deus, meu coração vai muito bem, obrigada. Amo meu marido, Mauro Farias, meu eterno namorado. Estamos juntos há 15 anos. Vivemos uma lua de mel intensa, em plenitude. Nosso relacionamento no começo foi bastante turbulento, mas passamos pela ‘quebração’ e vivemos hoje uma eterna lua de mel.

Como vai a família?
A família vai muito bem, graças a Deus! Somos literalmente ‘A Grande Família’. O meu, o seu e os outros... Eu amo meus enteados, tanto os irmãos da Luisa (são dois), quanto os da Antonia (são três). Quando fui comprar as bonequinhas em forma de medalhinhas para colocar no pescoço, pensei tanto em todos os outros que acabei comprando as medalhinhas de todos e tenho um chocalho de filhos, risos... Amo todos eles!

Conte dois sonhos, daqueles que a gente pensa na hora de dormir...
Um pessoal. Eu gostaria de ter uma fundação onde pudesse cuidar de crianças, velhos e animais abandonados. Gostaria de fazer algo bem real em prol da nossa sociedade. Outro profissional: fazer a Viúva Porcina, que Regina Duarte interpretou maravilhosamente bem! É um sonho!

Fale sobre este momento e o trabalho com as filhas.
Sempre tive vontade de fazer teatro com minhas filhas e Chiquinho Nery está nos dando agora a oportunidade de termos essa experiência que está sendo super-rica, Luiza fazendo Rainha de Copas, Antonia com a Coelhinha e eu de Alice. O teatro as envolveu, nasceram e foram criadas nesse universo. Só poderia dar nisso, não é mesmo?

Antonia, conte uma coisa divertida que rolou com você e sua mãe. Vocês viraram crianças juntas na peça?
Ahhh, sim! Sempre tem algo engraçado né? Em um dos ensaios de ‘Alice no País da Internet’, minha mãe me chamou, toda eufórica, contando uma ‘descoberta’. Ela brincou com uma peça de isopor do cenário e veio me contar, com surpresa, o fato de ela ter afinado na hora. Quando ela viu que não achei nada demais, ela mesma se deu conta de que não era também e rimos juntas (risos).

Luisa, como foi o convite para a peça?
O convite partiu do produtor Chiquinho Nery. Cresci nas coxias de ‘Cócegas’, então, sempre vivi esse universo. Algumas vezes, quando tenho que decorar textos, passo com minha mãe, que sempre me orienta, mas ela me deixa livre para colocar a minha interpretação própria. 

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