Monica Iozzi - Juliana Coutinho/GNT
Monica IozziJuliana Coutinho/GNT
Por gabriel sobreira | gabriel.sobreira@odia.com.br

Rio - Outro dia, quando Monica Iozzi, 36 anos, caminhava na feira, ela foi imediatamente interpelada por um grupo de senhorinhas, que reclamava que não a via há tempos na TV ('Vade Retro', série da Globo, foi o trabalho mais recente na TV aberta e terminou em junho de 2017). "Respondi: estou trabalhando e muito (risos). Mas as produções que gravo demoram a entrar no ar", conta ela, que hoje encerra sua participação no comando do 'Papo de Segunda Verão', às 22h, no GNT.

Assédio

De fato, Monica não para. A atriz interpreta Carmem, uma paciente abusada por um médico em 'Assédio', série da Globo, sem previsão de estreia. A produção, estrelada por Antonio Calloni, com direção de Amora Mautner, é inspirada no caso do ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão por 48 estupros de 37 pacientes. "Hoje, ele está em uma megacasa em um condomínio fechado", frisa a atriz. A série foca na história de quatro vítimas e revisita cada uma delas, mostra cenas de violências sofridas por essas mulheres, como elas reagiram a isso e o depoimento delas no tribunal. "Achei sensacional, pois as pessoas vão poder me ver em um registro diferente da comédia. Vai ser bacana para a minha carreira", prevê.

'Carcereiros'

E essa não é a única novidade. Monica se prepara para começar a gravar, na segunda semana de março, a segunda temporada da série 'Carcereiros', da Globo, protagonizada por Rodrigo Lombardi. Na história, ela, que não está na primeira temporada, interpreta Daniela. "É uma participação. A minha personagem é uma espécie de censora da prisão. Quando os presidiários recebem cartas, ela é quem lê e vê se não tem nenhum conteúdo suspeito no texto. É uma triagem que ela faz. Mas a Daniela acaba se envolvendo em uma megaconfusão", entrega, sem dar mais detalhes. "Estou muito feliz. Em 'Assédio' trabalhei com a (diretora) Amora Mautner e agora em 'Carcereiros', com o (diretor) José Eduardo Belmonte. Dois diretores que admiro muito", vibra.

'Vade Retro'

Quando o assunto é 'Vade Retro', série que a atriz protagonizou ao lado de Tony Ramos, na Globo, uma segunda temporada é praticamente descartada. Se por um lado, a produção não caiu no gosto da audiência, para a atriz o projeto não deixou nada a dever. "Foi tudo audacioso: texto, linguagem, estética. Foi diferente. Acho que toda vez que você ousa demais, você corre o risco de grande parte das pessoas não entender ou ter dificuldade de absorver aquilo. E se só fizermos coisas em fórmulas já conhecidas e que dão resultado, a arte não caminha. A gente precisa ousar, e a Globo tem feito muito isso", comemora.

Ousadia

Monica não se considera uma pessoa ousada. Mas, segundo ela, tende sempre a seguir os seus sentimentos. "Sei que soa piegas e brega, mas é verdade. Tenho muito respeito às minhas vontades, ao meu coração, à minha cabeça e ao que me faz feliz", frisa. Foi assim quando ela deixou o extinto 'CQC', da Band, faltando ainda mais dois anos de contrato, sem ter nada em vista. "Achei que não estava mais fazendo sentido, que era pesado demais. O 'Vídeo Show' era delicioso. As pessoas falam sobre ele até hoje, é só olhar as minhas redes sociais. Eu acho isso muito gostoso. Era divertidíssimo fazer o programa, estava dando certo, mas quando você sente que não é o seu lugar... Sentia que ainda não era ali. Foi sensacional, mudou minha vida, mas estou descobrindo tantas coisas. Fiz filme, séries e no meio do caminho consegui voltar a apresentar ('Papo de Segunda Verão')", observa.

Improviso

O fator improviso tem presença garantida no caso de Monica ter um programa para chamar de seu. "Se não tiver improviso, não tem como eu estar. Gosto de ter essa proximidade, o público se identifica com papo mais coloquial. É legal assumir os erros, mostrar os bastidores, tirar essa glamourização da TV na figura da apresentadora. Gosto de sentir como se estivéssemos todos juntos na sala de casa", entrega.

No GNT

Em se tratando do 'Papo de Segunda Verão', Monica diz que saudade é pouco perto do que sente. "Foi uma experiência muito gostosa de viver. Essa nova função de entrevistar e mediar, como apresentadora, é uma coisa que não tinha feito", afirma.

Monica conta que vai sentir falta do espaço para colocar em discussão toda semana temas importantes e receber convidados com opiniões diferentes para falar sobre temas atuais. "O lado mais complicado é você ter que dar espaço para todo mundo falar. Temos três assuntos e, às vezes, o tema está rendendo, mas tem um convidado que não ouvi. Enfim, no final estava dominando isso um pouco melhor. É preciso estar muito atenta", conta ela, que no ano passado já tinha sido chamada para integrar o elenco do 'Saia Justa', também no GNT. "Mas como a temporada do programa é longa e eu estava com outros trabalhos, não pude participar. Tinha ficado triste", confessa.

Programa solo

A experiência à frente do 'Papo de Segunda Verão' mexeu com o lado apresentadora de Monica. Mas isso não significa que ela vai deixar a carreira de atriz. Pelo contrário. Esse é o foco dela. "Mas daqui a algum tempo vou querer ter um programa meu. Acho legal essa oportunidade para o debate, entrevistas e discussão na TV. Gosto dessa oportunidade de trocar ideias, e também da entrevista que consegue se aprofundar mais. Sinto falta de entrevista como as que Marília Gabriela faz, sentar com alguém e mergulhar no universo daquela pessoa", explica. "Sinto falta desse tempo menos corrido, sou 'old school', sinto falta de programas de grandes entrevistas", completa.

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