Golden Boys: sucessos para fãs de todas as idades, em turnês pelo país
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Golden Boys: sucessos para fãs de todas as idades, em turnês pelo país Divulgação
Por RICARDO SCHOTT

Rio - Os Golden Boys já se apresentaram "algumas vezes" (como diz o integrante fundador Ronaldo Corrêa) no projeto Quartas Brasileiras, do Imperator - que leva shows de música brasileira a preços populares, para o horário das 16h, sempre no meio da semana. Após apresentarem-se diversas vezes por lá, voltam amanhã em ocasião especial, para comemorar três anos do projeto e 60 anos de carreira. E para apresentar nova formação em show intimista.

"Beto, que é filho do Roberto (integrante do grupo morto em 2016), já tocava violão com a gente há bastante tempo e agora faz alguns vocais", conta Ronaldo, que sobe hoje ao palco, como sempre, em família. Os irmãos Renato (também fundador) e Mario (que era do Trio Esperança e preenche o lugar de Roberto nos Golden Boys) estão lá. Mas ainda tem a banda, com os filhos Beto, Bruno Galvão (de Mario, violão), Diego Saldanha (de Renato, bateria) e Pedro Moraes (de Ronaldo, baixo), além do guitarrista Bruno Sorriso.

"É um show mais voltado para o lado acústico. Na nossa nova formação, temos às vezes algumas dificuldades porque o Mário é professor de inglês, tem as atividades dele. Mas fazemos turnês pelo Brasil com essa formação, shows no Rio", conta Ronaldo. "No Imperator, por exemplo, fizemos shows muito bem-sucedidos, e é uma casa que já tem um público que vai sempre, pessoas que vão a tudo quanto é show".

JOVENS NOS SHOWS

Os Golden Boys são egressos da Jovem Guarda. E são daquelas formações que parecem sempre ter existido - como Os Cariocas ou os Demônios da Garoa. A diferença é que, apesar da longevidade, os integrantes são mais novos.

"Começamos há 60 anos, aos 14, 15 anos", lembra Ronaldo, que completa 76 anos em agosto. E iniciou os Golden Boys no auge dos corais doo-wop (estilo de grupos como The Platters), ao lado de Renato, Roberto e do amigo Valdir Anunciação. "Nosso público é mais ou menos parecido com a gente, 60, 70 anos, nessa faixa de idade. Mas viajando pelo Brasil todo, vemos muitos jovens na plateia. Pai com filho, casais com filhos", explica o cantor e compositor, que chegou a gravar solo nos anos 1970 - na verdade só um compacto, 'Uma Noite Na Discoteca da Moda', música de Roberto e Erasmo Carlos, em 1979.

ROBERTO NO CARRO

O trio também recebe no camarim muitos fãs que conviveram com os cantores quando eram apenas quatro garotos da região do Engenho de Dentro, nos anos 1950. "A gente morava atrás de onde hoje é o Engenhão, ali perto da Avenida Suburbana (hoje Dom Helder Câmara). O Engenhão era um pátio de manobras dos trens da Central do Brasil. O bairro mudou muito, nem dá para comparar", conta Ronaldo, integrante de uma família de sete irmãos cantores, que geraram Golden Boys e Trio Esperança - Evinha, uma das irmãs, foi do Trio, e manteve carreira solo muito bem-sucedida nos anos 1970. "Nossa família era muito festeira e muitos artistas da Jovem Guarda iam lá em casa".

Um desses amigos era ninguém menos que Roberto Carlos - que, Ronaldo revela, tinha uma superstição ligada à filha do golden boy, Renata. "Sempre que ele comprava um carro novo, levava minha filha para passear nele porque, segundo ele, ela dava sorte", recorda. "Depois, ele foi parando de ir lá. Mas que ela deu sorte, deu: Roberto começou com um Fusca verde, e depois disso teve vários carrões".

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