Fevers, com Liebert (terceiro, da esquerda): um número incontável de hits, entre versões e autorais - Divulgação
Fevers, com Liebert (terceiro, da esquerda): um número incontável de hits, entre versões e autoraisDivulgação
Por RICARDO SCHOTT

Rio - O número de hits dos Fevers é tão imenso que Liebert Ferreira, baixista e fundador da veterana banda carioca, admite que nem adianta inserir músicas novas nos roteiros dos shows. "Fazemos até hoje uma média de cem shows por ano e o pessoal quer mesmo é ouvir 'Vem Me Ajudar', 'Guerra dos Sexos', 'Mar de Rosas', diz o músico que ao lado de Luiz Cláudio (vocal), Rama (guitarra), Otávio Monteiro (bateria) e o novo integrante Cláudio Mendes (teclados) ocupa o palco da Sala Baden Powell, em Copacabana, no sábado e no domingo com o show 'Vem Dançar'.

"Temos feito esse show há dois anos pelo Brasil inteiro. É uma retrospectiva de sucessos. Ficamos até bastante emocionados, porque as pessoas cantam tudo, desde 'Agora Eu Sei', que é um dos nossos primeiros sucessos", conta o músico, que mantém a banda desde 1968 e já esteve ao lado de inúmeras formações. Pelos Fevers passaram nomes conhecidos como o cantor Almir, o guitarrista e produtor Pedrinho da Luz (esses dois, também fundadores) e até Michael Sullivan. Desde 1985 contavam com o tecladista Miguel Ãngelo, morto em 2017 - Cláudio Mendes entrou em seu lugar.

VERSÕES

Uma análise de carreira revela que os Fevers nunca foram uma só banda. Foram várias, com diversas fases e conceitos de trabalho. Eram o grupo que acompanhava, no estúdio, artistas como Jorge Ben, Roberto Carlos, Wanderléa e Eduardo Araújo. Também eram a banda que entre uma participação e outra, gravava os próprios discos e não saía das rádios - e dos bailes nos clubes. "Nosso negócio sempre foi fazer festa. Nosso show não é pra ficar só vendo, é pra participar", conta Liebert.

Mais: apesar de terem sido grandes lançadores de hits autorais ou feitos por compositores brasileiros (o tema da novela 'Elas Por Elas', por exemplo, foi um presente de Augusto Cesar e Nelson Motta), os Fevers também eram a banda que relia em português hits do rock estrangeiro - numa época em que sucessos internacionais demoravam para serem lançados aqui.

"Às vezes acontecia de uma música ser lançada lá fora e estourar no mundo todo, daí gravávamos. DJs como Big Boy e Pedrinho Nitroglicerina nos ajudavam, tinha um amigo comissário de bordo que nos arrumava discos. E lançávamos aqui coisas que nem tinham chegado no Brasil", recorda Liebert. De fato, uma pequena história do rock pode ser observada na carreira dos Fevers, uma banda que releu em português músicas de Creedence Clearwater Revival, Bread, Bruce Sprigsteen e até Kiss e The Police. "Gravamos muitas versões que foram escritas pelo Rossini Pinto (1937-1985). Era um cara que sabia usar bem as palavras".

BIOGRAFIA E DVD

Volta e meia os Fevers fazem turnês com grandes nomes da Jovem Guarda: Golden Boys, Erasmo Carlos, Renato & Seus Blue Caps, Wanderléa. "Fizemos um grande encontro com Renato e com os Pholhas (banda dos anos 1970) certa vez", conta Liebert. Para 2018, já há vários planos. "Queremos lançar mais um DVD e uma biografia nossa. Tem essa crise atrapalhando, mas vamos esperar o momento certo", conta.

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