Entre as mudanças anunciadas está a diminuição do tempo total da cerimônia - Divulgação
Entre as mudanças anunciadas está a diminuição do tempo total da cerimôniaDivulgação
Por EDUARDO PIERRE

Arrisque aí: quem será o grande vencedor do Oscar, hoje? Chutar pelo número de indicações é um bom começo, mas não necessariamente garante a vitória seja no total de estatuetas, seja levando Melhor Filme. De 1997 para cá, quando 'Titanic' nadou de braçada e pescou 11 prêmios, das 20 fitas mais indicadas pela Academia a cada ano, só a metade confirmou o favoritismo.

Isto posto, é pouquíssimo provável que 'A Forma da Água' se torne hoje o filme mais premiado da história do Oscar. A fábula de Guillermo del Toro concorre em 13 categorias, o que o põe no pelotão do segundo lugar no pódio dos mais indicados. Caso vença em todas o que já aconteceu quatro vezes, é bom lembrar , desbancará a trinca dos 'unodecacampeões', da qual 'Titanic' faz parte, ao lado de 'Ben-Hur' (1959) e 'O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei' (2003).

Para sair da cerimônia com 13 troféus, a história de amor entre uma faxineira muda e um humanoide anfíbio teria de desbancar barbadas. A começar por Atriz. Sally Hawkings, que protagoniza 'A Forma', não deve tirar o Oscar de Frances McDormand, a amarga mãe com sede de justiça de 'Três anúncios para um crime'. Também deve ir para o 'thriller' policial o prêmio de Ator Coadjuvante dois concorrem, e o policial racista de Sam Rockwell leva vantagem sobre o xerife de Woody Harrelson. E a já oscarizada Octavia Spencer, a confidente e parceira de 'A Forma', não é páreo para a mãe-monstro vivida por Allison Janney em 'Eu, Tonya', favorita em Atriz Coadjuvante.

Sobram dez categorias, incluindo a de Melhor Filme, mas... uma olhada nas premiações que antecedem o Oscar dá mais moral a 'Três Anúncios', que saiu vitorioso em Toronto, no Globo de Ouro, no SAG Awards (o do Sindicato dos Atores) e no Bafta, o correspondente inglês. A última vez que os quatro certames foram unânimes foi em 2009, quando 'Quem quer ser um milionário' confirmou a onda e ganhou o Oscar.

Na opinião dos jornalistas do DIA, 'Três Anúncios' sai na frente para levar a glória, apesar de largar em terceiro são sete indicações, uma a menos que 'Dunkirk' e seis a menos que 'A Forma'. Logo, das 13 indicações, menos da metade deve se converter em estatuetas.

O resultado, saberemos esta noite, depois do indefectível desfile no tapete vermelho, das piadas (muitas sem graça) dos apresentadores e dos discursos cortados.

Cuidado para não repetir a gafe de 2017
Jimmy Kimmel em 2017
Jimmy Kimmel em 2017ABC/Eddy Chen
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O comediante Jimmy Kimmel será novamente o apresentador do Oscar, que este ano é organizado com muito cuidado para não repetir o fiasco do ano passado, quando Warren Beatty e Faye Dunaway receberam o envelope errado e entregaram o prêmio de melhor filme para 'La La Land: Cantando estações', quando na verdade era 'Moonlight: Sob a luz do luar'. "A Academia estará alerta", estimou o crítico de cinema Peter Debruge. "Mas de vez em quando um erro humano dá emoção ao show."
Gafes à parte, o Oscar encerra hoje uma temporada de prêmios marcada pela guerra contra os abusos sexuais e a desigualdade de gênero em Hollywood. Os escândalos, que começaram com as revelações perturbadoras contra o produtor Harvey Weinstein, deram vida a movimentos como o #MeToo e o Time's Up contra estes abusos e a favor de mais equidade. "As pessoas em Hollywood estão falando de diversidade, dos movimentos #TimesUp e #NeverAgain, embora seja difícil dizer algo significativo em 45 segundos", disse à AFP Tim Gray, vice-presidente da Variety e editor de prêmios.
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