Coluna Vinho - Divulgação
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Por O Dia

O Rio fez 453 anos. Come-se bem no Rio? Sim e não. Sim porque uma das qualidades do bom de garfo é provar de tudo, apreciar a variedade. Há influências gastronômicas, como portugueses, africanos, italianos, alemães, nordestinos. No começo do século 19, comia-se (de dia) arroz com carne seca e feijão, farinha, mandioca, galinhas, porcos, perus, vaca, acompanhados de muita cebola, verduras e raízes. De sobremesa, caseiros, compotas, marmeladas e frutas: jabuticabas, abacaxis, maracujás e, à noite na clássica trilogia: colégio, convento, caserna uma sopa de caju gelado para turbinar a vitamina C.

Já o Rio Gourmet começou a se desenvolver mais tarde, em 1861. Quando o Barão de Mauá instalou na cidade a primeira Fábrica de gás que dava luz a noite inteira. Aí, as mansões do Cosme Velho, Botafogo e Tijuca passaram a receber em casa para jantares regados à cerveja preta portuguesa, vinho do Porto, vermute e licores franceses. E sorvete, que começou a ser vendido em 1834 com hora marcada e nunca saiu de moda.

Hoje, a gastronomia carioca oferece comida bem feita a preços possíveis nos quilos. E nos botequins pés-limpos, pizzarias, japas, creperias e quiosques. Com boa cerveja e vinho servido em taça. Defeito: fala-se muito alto. Já nos restaurantes mais sofisticados, os preços são surreais. Um absurdo.

Reinaldo Paes Barreto é consultor de vinhos e gastronomia

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