Nicole Puzzi - Canal Brasil/Divulgação
Nicole PuzziCanal Brasil/Divulgação
Por Gabriel Sobreira

Rio - Símbolo sexual da década de 1970, com vários filmes de pornochanchada e novelas como 'Barriga de Aluguel', da Globo, e 'Amor e Revolução', do SBT, entre outras, no currículo, Nicole Puzzi não quer mais saber de folhetins.

"Não me preocupo com isso", diz ela, que estreia hoje, à meia-noite, a quinta temporada do 'Pornolândia', programa de entrevistas picantes, no Canal Brasil. "Sou uma mulher que viveu à frente de sua época e pagou um preço alto por isso, mas que sempre soube que um dia a sociedade iria se render à revolução sexual que foi iniciada nos anos 60", conta a apresentadora, que hoje tem 60 anos.

ASSUNTO NÃO FALTA

Em 14 episódios, Nicole entrevista membros do universo da pornografia e do erotismo, falando abertamente sobre temas como fetiche, sensualidade, nudez artística, o mercado brasileiro de filmes adultos e práticas sexuais pouco convencionais. "O dia que o sexo sair de moda, o mundo acaba (risos). Temos assunto para mais cinco ou dez anos de 'Pornolândia'. Temos muita gente e assuntos curiosos aguardando uma oportunidade para se apresentar no programa. Atualmente, com as pessoas assumindo seus desejos e loucuras na cama, o que não falta é tema sexual", comemora.

QUEBRA-NOZES

Um dos destaques desta temporada fica por conta de uma prática que assustou Nicole. "Um fetiche que, até então, eu não sabia existir nesse mundo louco do sexo sadomasoquista e que eu faço um esforço para entender. O 'Ballbusting', ou seja, chute no saco. Apelidado também de quebra-nozes. Não condeno, mas não gostei de ver. É muito sofrimento, mas se tem quem gosta dessa prática louca, então o 'Pornolândia' mostra. Cada um tem direito de ter seus fetiches", defende.

BEM RESOLVIDA

Ao longo dessas cinco temporadas, a também escritora Nicole diz que não houve aprendizado ("Minha vida sexual é muito bem resolvida e estou muito satisfeita com ela", revela Nicole), mas curiosidades a respeito de coisas que ela nem sabia que existiam. "Na primeira temporada, quando a Patricia Kimberly, atriz de filmes de sexo explícito e garota de programa, me disse que fazia DP (dupla penetração), imaginei que ela estivesse com problemas na faculdade. Ri muito de minha ignorância no ramo, mas não pretendi e nem pretendo experimentar essa prática", lembra ela, que já recebeu propostas indecentes. "Ao longo dos meus 43 anos de carreira, recebi tantas delas que só não estou milionária porque jamais aceitei", atesta.

BOA FORMA

Nicole credita a boa forma à genética e sorte. "Uso creme feito para meu rosto, sou vegana e vivo em paz com as pessoas. Mas, como nada é permanente, estou preparada para o momento do 'desmonte'. Não tenho medo da velhice nem da morte", entrega ela, que se diz acostumada com o título de símbolo sexual. "Foi assim que fui olhada durante toda minha vida adulta e até agora em plena Terceira Idade, ainda insistem em me ver assim. Mas não dou a menor importância no meu dia a dia. Só uso esse estereótipo para realizar alguns dos meus trabalhos".

PRECONCEITO

A apresentadora lembra que sofreu muito preconceito. "Na TV, na mídia, na faculdade de Serviço Social quando era mais jovem e na de Direito, aos 50 anos, e em tantos outros lugares no passado. Hoje, não mais. Acho burrice e pequenez ter preconceito com alguém diferente. Por isso, sinto pena de gente preconceituosa", decreta ela, que não é casada. "Nem pretendo me casar. Gosto de viver sozinha. Já namorei muitos homens interessantes, inteligentes, bonitos e que até me pediram em casamento, mas não nasci para a vida a dois. Estou em paz em minha companhia. Poderia até ser feliz se me casasse, mas prefiro a solteirice".

Você pode gostar
Comentários