Filme 'O Ovo do Corvo' (2014), de M. Manikandan, que será exibido na mostra Novo Cinema Indiano - Divulgação
Filme 'O Ovo do Corvo' (2014), de M. Manikandan, que será exibido na mostra Novo Cinema IndianoDivulgação
Por Gabriel Sobreira

Rio - Imagina ter que escolher 11 longas e médias-metragens em uma cinematografia de 1.300 títulos anuais. Lembrando que Índia é o país que mais produz filmes no mundo e com uma indústria que movimenta bilhões de dólares no mercado. "Sempre é o maior desafio quando se busca realizar uma mostra de filmes da Índia", conta a diretora Carina Bini, curadora da mostra 'Novo Cinema Indiano', que começa hoje e vai até o dia 1º de julho, na Caixa Cultural, no Centro do Rio. Os ingressos custam R$ 4 (inteira).

ATIVIDADES EXTRAS

Hoje, na abertura do evento, às 18h, acontece uma apresentação de dança clássica da Índia. E, na quinta-feira, às 17h, haverá uma aula de yoga no foyer da Caixa Cultural (levem seus tapetinhos), com música indiana, com instrumentos melódicos e percussivos, inspirados nas ragas indianas (composições milenares do país).

FILMES

Entre os filmes exibidos estão 'Água' (2013), de Girish Malik; 'Ilha de Munroe' (2015), de Manu; 'O Ovo do Corvo' (2014), de M. Manikandan; 'Masaan' (2015), de Neeraj Ghaywan; e 'Pimbal' (2017), de Gajendra Ahire, que abre a mostra. "A maioria dos filmes é considerada 'cinema autoral', muitos destes tiveram uma trajetória comercial e percorreram festivais indianos e internacionais. Diria que esta curadoria se preocupou em selecionar filmes que transitam entre o cinema paralelo, como são chamados os filmes independentes indianos", explica Carina, que em 1997 foi estudar cinema na Índia e, em 2012, voltou para morar e trabalhar com cinema.

"Foi uma outra imersão. Transitei por sets de filmagens, festivais, filmei e vivenciei intensamente a arte indiana, música, dança e teatro. Fui em muitos festivais de templos, passei a conviver com os indianos, como uma indiana, uma local, o que me proporcionou transitar intimamente por esta cultura curiosa e milenar", conta ela, que mora em Brasília e é natural de Pitanga (PR).

SAGRADO

Durante a estadia na Índia, Carina conta que ficou impressionada como os indianos trazem o sagrado para tudo em suas vidas, inclusive para o set de cinema. "Eles fizeram uma puja (ritual sagrado) para a câmera, diariamente, quando está tudo pronto para o primeiro 'take' do dia. Busquei saber o significado disso e descobri que é porque consideram a câmera um instrumento que provê que o processo criativo aconteça, e este, por sua vez, deve ser reverenciado", detalha.

INTERCÂMBIO CULTURAL

Para ela, os visitantes da mostra podem esperar uma imersão pela cultura indiana, sua espiritualidade, contemporaneidade e questões sociais dentro de um amplo espectro. "Para quem tem curiosidade por outras culturas, e pela cultura indiana em especial, esta mostra será um banho cultural e uma oportunidade rara de ter tudo isso com tanta autenticidade aqui no Brasil, considerando que a Índia ainda é uma terra distante, que vislumbramos e temos incrível curiosidade", frisa Carina.

 

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