"É um Natal com aquela comida tradicional, eu adoro. É o peru, farofa com passas, panetone, rabanada que a Bené (Benedita da Silva, madrasta de Camila) faz é a melhor do mundo, com frutas na mesa, enfeites, maravilhosamente ornamentados pela minha irmã Nilceia (filha da Bené) com crianças, gargalhada, presentes. Sempre transbordando gostosura e amor", derrete-se a atriz, que recentemente assumiu o namoro de um ano com a artesã Beatriz Coelho. Questionada, Camila optou por não falar sobre o assunto.
De volta ao Natal, a atriz diz que não lembra quando deixou de acreditar em Papai Noel. Ela conta que tem um momento da infância que é meio híbrido. "Você já não acredita em Papai Noel, mas você finge que acredita, porque é divertido, porque tem uma curtição em escrever o pedido na meia, de escrever a cartinha", confidencia ela, aos risos.
REPRESENTATIVIDADE
O especial de fim de ano da Globo tem pela primeira vez uma família negra como protagonista e com um Papai Noel negro (Orlando, interpretado por Milton Gonçalves), algo que quando era pequena Camila nunca cogitou. "Na minha infância era tão dado, por todas as informações que eu tinha, do comercial, da televisão, da rua, que o Papai Noel era branco, que eu nunca me dei conta dessa outra possibilidade", avalia.
"Eu acho que a gente poder contar com a nossa voz, uma história que é de família, mas é de uma família preta, na noite de Natal é muito especial. Esse projeto tem vários sabores para mim", explica Camila, que conheceu autora do especial, Cleissa Regina Martins, quando a roteirista desenvolvia a sinopse do projeto no Laboratório de Narrativas Negras para Audiovisual, parceria entre a Globo e a Festa Literária das Periferias (FLUP) . "Então vê-lo fora do papel, concreto como um projeto realizado, é muito emocionante", destaca a atriz.
CONQUISTAS
Quando questionada se já era tempo dos negros serem representados com devido destaque, Camila diz que a vida tem sempre um movimento de avanços e de retrocessos. Ela acha muito importante afirmar as conquistas que o povo negro tem ocupado os espaços cada vez mais.
"Quando eu vejo que a Gabrielly Nunes está na malhação, que a Taís protagonizando 'Amor de Mãe'. Também tem o Fabrício Boliveira fazendo novela, cinema, teatro. Ainda temos Erika Januza, Juliana Alves, Sheron Menezzes, eu estou tentando dar conta aqui dos nomes de artistas. E na cena teatral, tem também inúmeros movimentos artísticos, grupos de teatro que estão tematizando suas histórias. Assim, como no cinema também. Claro que está aquém da nossa real representatividade, mas são conquistas e essas conquistas precisam ser ecoadas, precisamos compartilhadas, capilarizadas, fortalecidas", defende.