Paulo Gustavo - Reprodução
Paulo GustavoReprodução
Por Juliana Pimenta

Rio - Popularizada no futebol carioca, a expressão "outro patamar" pode ser facilmente atribuída a Paulo Gustavo. Acostumado a comandar produções de sucesso, o comediante viu seu último trabalho, o longa 'Minha Mãe É Uma Peça 3', bater recordes e se tornar o filme brasileiro mais assistido da história após um mês em cartaz. Até a última análise, realizada na segunda-feira, o terceiro longa da franquia já tinha ultrapassado a marca de 10 milhões de espectadores.

Aos 41 anos e com um currículo repleto de prêmios, Paulo ainda se emociona em falar sobre seu sucesso. "Nossa Senhora, gente. Eu estou muito feliz e não só pelos números, mas por ter levado tanta gente para assistir uma história tão linda de amor, de tolerância e de inclusão. Feliz também de conseguir ser responsável por arrastar tanta gente para assistir o cinema nacional. É um turbilhão de coisas que estou vivendo e estou transbordando de amor", comemora o humorista, que conseguiu visibilidade ao fazer de sua mãe uma inspiração para seu trabalho.

"É uma história sobre família. E, mais do que isso, é uma história que é totalmente legítima, porque muita coisa eu tirei da minha vida. É o meu filme mais autobiográfico" conta Paulo, ao falar que a ideia para as sequências surgem de forma bem natural.

"Eu não fico pensando muito estrategicamente. Vou deixando a vida me levar e vou fazendo os trabalhos que gosto de fazer. Pode parecer clichê, mas eu acho que o segredo é você fazer o que gosta. Eu amo teatro, amo estar em cena e amo fazer as pessoas rirem. Sou assim desde criança, então é muito verdadeiro. Acho que é por isso que consigo esse retorno carinhoso do público", revela o ator, que afasta fortemente qualquer título definitivo sobre a carreira.

"Não acho que estou no auge. Primeiro que quando falam em auge, parece que vai vir um abismo depois e você vai cair. E, pelo amor de Deus, ainda falta muita coisa para conquistar. Estou feliz com tudo o que está acontecendo, mas quero fazer muitos trabalhos, conhecer muita gente e alcançar outros voos. Mas eu vou fazendo tudo com calma, não fico pensando lá na frente, não", confessa Paulo que brinca, inclusive, sobre a ansiedade ao fazer planos distantes. "Quando fecho um produto para fazer no ano que vem, já fico gripado agora, só de pensar".

 

Diversidade e militância
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Ao falar sobre a história de Juliano (Rodrigo Pandolfo) e a relação de Dona Hermínia com o filho gay, o filme traz debates importantes sobre a rotina de um homessexual em uma sociedade homofóbica. Para Paulo Gustavo, é importante dar espaço a esses temas, sabendo que suas produções atingem um grande público.
"Eu tenho a oportunidade de usar uma ferramenta grandiosa como o cinema para levar assuntos delicados, com leveza e alegria, usando o humor. Me sinto um cara privilegiado por fazer as pessoas rirem e refletirem. Transformar pessoas através da arte: não existe coisa mais bonita do que isso. Estou mega feliz", comemora.
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Peça, filme e agora série
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Criada como produção teatral, 'Minha Mãe É Uma Peça' migrou para o audiovisual e virou essa famosa franquia de filmes. Mas se engana quem pensa que o sucesso para por aí. A novidade é que Paulo Gustavo já está escrevendo novas vertentes da história para lançar no streaming. "É, vai virar Globoplay. A gente já está escrevendo o seriado lá na Globo. Passo o dia inteiro, três vezes por semana, em reunião com os autores. Já estamos desenhando as cenas e a primeira temporada já está escaletada. Alguns episódios já estão abertos e estamos bem avançados para começar a gravar em abril", diz Paulo ao adiantar alguns detalhes do novo trabalho.
"Tá lindo e divertido. A gente está começando com a vida da Dona Hermínia desde quando as crianças tinham oito anos de idade. A primeira temporada começa, inclusive, com a Dona Hermínia casada com o Carlos Alberto. Vai ser bem diferente do que todo mundo já viu", conta.
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