Dulce MaríaDivulgação/ Ari Prensa

Rio - Após três anos de espera, a cantora mexicana Dulce María presenteia os fãs com seu novo álbum, intitulado "Origen", que chegou às plataformas digitais no último dia 22. Este é o primeiro disco que a artista de 35 anos lança de forma independente, por conflitos com a Universal Music, gravadora que acompanha sua carreira desde 2011. No projeto de 11 faixas, a ex-participante do grupo RBD declara sua liberdade ao misturar composições já conhecidas pelos fãs com canções inéditas sobre assuntos como a natureza e causas indígenas.
“Durante toda minha carreira, eu estive em vários grupos musicais, novelas, filmes, peças de teatro e eu estava sempre contando histórias de outras pessoas”, relembra a atriz, que ficou conhecida por interpretar a impulsiva Roberta na novela mexicana "Rebelde". “Chegou um ponto na minha carreira em que eu precisava poder me expressar mais e tomar mais decisões, compartilhar com as pessoas coisas do meu coração sem ter que filtrar se elas eram comerciais, se estariam na moda, o que quer que seja”, analisa.
A cantora ainda explica o significado por trás do título que deu ao projeto que incluiu canções como "Más Tuya Que Mía" e "Te Daría Todo", regravações da banda RBD. “Eu voltei às origens do que eu queria cantar, origens das minhas músicas, composições, histórias que eu queria contar”, afirma. Em dezembro de 2020, Dulce precisou ficar de fora do show virtual que o grupo realizou pois havia dado à luz sua primeira filha, Maria Paula, poucos dias antes da reunião do elenco principal da telenovela.
Projeto autoral e independente
A primeira vez que os fãs de Dulce María ouviram falar de "Origen" foi em setembro de 2018, quando a cantora lançou o single "Tú y Yo", faixa que teria entrado em seu primeiro álbum, "Extranjera", mas ficou engavetada até então. Apostando em uma estética inspirada pelos povos indígenas da América Latina e na mistura de instrumentos como ukulele e tambores, a artista entrou em desacordo com sua gravadora na hora de seguir com o projeto, por isso decidiu promover seu quarto álbum de estúdio por conta própria.
“Fiz parte da Universal, gravadora muito grande, que me apoiou muitíssimo durante dez anos praticamente. Mas chegou um ponto em que eu necessitava me expressar. A gravadora quer lançar coisas que estão na moda e funcionando na indústria. Isso acontece em qualquer gravadora, qualquer escritório de agenciamento. Eu queria algo mais pessoal, diferente, para me revolucionar e expressar o que tinha no coração, então decidi fazer de forma independente. Para isso, tinha que passar por todo um processo legal, que durou mais de um ano, para poder lançar sem nenhum problema.”
Sobre as músicas que integram "Origen", a cantora afirma: “Esse é um projeto 100% pessoal. Não pensei no que está na moda, nem nada disso. Não que isso seja ruim. Todos os artistas fazem, e eu fiz por dez anos como solista. Você obviamente tem que pensar no que as pessoas escutam e gostam, mas esse projeto vem de uma necessidade pessoal de poder me expressar e compartilhar essas músicas que estavam guardadas há muito tempo”.
Homenagem a povos indígenas
No mesmo dia em que lançou o álbum, Dulce aproveitou para disponibilizar o videoclipe da faixa-título, que conta com a direção do cineasta e marido da artista, Paco Álvarez. A cantora explica que tanto a letra da canção quanto o clipe fazem uma homenagem aos povos originários da América Latina. “Eu sabia que tinha que compor algo atual também, sobre o que estou sentindo agora, reflexões da minha alma. Foi assim que eu compus 'Origen', que é uma música sobre nos reconectar com a natureza, o sagrado, nossa origem, nossas raízes, cultura, tradições, com o real e o universo”.
Além disso, a mexicana revela que parte do lucro das vendas de discos físicos será revertida para organizações que apoiam mulheres indígenas em todo o continente. “Eu queria apoiar uma causa que acho que está bastante esquecida e eles são nossos guardiões, que cuidam da nossa terra, da natureza… E sei que estão em uma luta constante, principalmente em toda a América Latina. Então, para mim, parecia importante dar visibilidade a esse tema e fazer uma homenagem, além de seguir apoiando, agora mais do que nunca”, pontua.
*Josué Santos é estagiário, sob supervisão de Tábata Uchoa