Anitta fala sobre o lançamento do clipe da música Funk RaveGabriela Schmidt / Divulgação
'Não existe nada no meu clipe que eu não tenha vivido', comenta Anitta
Poderosa fala sobre o lançamento da música 'Funk Rave', cena polêmica de sexo oral em clipe, carreira como atriz e mais; confira
Rio - Anitta, de 30 anos, resgata suas raízes em "Funk Rave", música lançada na última quinta-feira, e que faz parte de seu próximo álbum. Cria de Honório Gurgel, na Zona Norte do Rio, a Poderosa traz o clima do local onde morou e suas vivências para o clipe da canção, com direito a música, encontro com os amigos e pegação. A gravação aconteceu na Favela da Tijuquinha, na Zona Oeste da cidade, e contou com cerca de 160 profissionais. A maior parte dos figurantes, inclusive, eram moradores da comunidade.
"Nesse álbum, minha intenção é mostrar minhas raízes, realidade. Nasci e cresci no subúrbio, nas comunidades do Rio. Quero mostrar meu início da carreira, como foi, até os looks são os que eu usava antigamente no meu início de carreira e adolescência. A rotina que eu tinha naquela época", explica. "Esse single mostra muito do que vai ser o resto do álbum. Todas as músicas vão ter esse estilo, uma pegada mais funk Brasil, carioca. Algumas mais estilo funk melody, que eu fazia antigamente, no meu início, outras mais de dançar, porradão. Sempre foi meu sonho fazer um álbum assim", comemora.
Anitta também reflete sobre o peso de representar o Brasil internacionalmente e garante que não tem medo do novo clipe e suas representações serem considerados estereotipados por algumas pessoas. "Acho que tem muito peso, porque estamos falando de quase 300 milhões de pessoas. É claro que cada um vai querer uma coisa, por isso que eu tento não representar ninguém. Tento representar a mim e a minha cultura. Não tenho medo de ser estereotipada. Não existe nada no meu clipe que eu não tenha vivido ou que não seja parte do meu cotidiano. Me sinto segura porque só coloco o que eu vivi, passei, aí me sinto protegida, porque é a minha verdade. Não é uma coisa que olhei de fora e disse: 'vou colocar aqui'", frisa.
Conhecido por diversos hits da cena funkeira, o DJ Gabriel do Borel é quem comanda a produção musical da de "Funk Rave", ao lado de Diplo e do ganhador do Grammy Latino, Márcio Arantes. "Trouxe produtores do Brasil pra cá (Estados Unidos) e juntei com produtores e compositores daqui... Todos eles voaram pra cá porque eu queria o funk bem verdadeiro e fiel ao do Brasil. O Diplo já morou no Brasil, ele tem experiência do funk. Deu super certo. Tem várias faixas do Gabriel do Borel (no álbum)".
E por falar nas próximas músicas, a carioca assume que escolher os hits que farão parte do novo trabalho não está sendo uma tarefa fácil. "A gente tem mais de 40 músicas prontas, maravilhosas. Agora estou em uma fase só de decidir qual vou colocar no álbum porque estou apaixonada por tudo. Fico numa sinuca sem saber o que coloco", confessa ela, que adianta quando a próxima canção deve ser lançada.
"A intenção é que meu próximo lançamento deva acontecer em um mês, um mês e meio. Não quero que demore muito. Os clipes eles são uma sequência. São três no total, nessa historinha que vai rolar, sendo o 'Funk Rave' o primeiro, tem uma segunda música e uma terceira. É uma mini historinha. Eles têm uma sequência de estética, looks, lugar, continuidade. Vamos ver se a gente consegue colocar isso em prática", torce.
Cena de sexo oral
Um trecho do novo clipe de Anitta vazou e deu o que falar nas redes sociais em janeiro neste ano, meses antes do lançamento. Nas imagens, a cantora aparecia ajoelhada em um beco, enquanto simulava sexo oral no modelo Yuri Meirelles. Na época, a cena dividiu a opinião dos internautas. A artista diz que, apesar de ter ficado chateada com o 'vazamento', não pensou em tirar o momento íntimo de seu novo trabalho. Na versão original, o trecho é exibido em imagens fechadas, com cortes fechados e associados a frutas, ao metrô e até a uma furadeira.
"A ideia sempre foi ser esse tipo de cena, desde o início era pra ter essas conotações, o trem, a banana, as frutas. Isso sempre esteve no roteiro, pena que estragaram a ideia vazando o vídeo do backstage. Ficou parecendo que ia ter algo mais, mas nunca foi a ideia. Era a ideia de fazer conotações. De qualquer forma, a cena foi sempre pra ser desse jeitinho que é. Quando vazou, a gente ficou meio bolado, porque não era pra ser nada demais, mas acabou virando. Mas na minha vida, já estou acostumada. É cheio disso. Está na chuva é pra se molhar. Não mudaria por causa de nada e ninguém falando, se tivessem a intenção. Tanto que no dia mesmo a gente gravou com o sacolé, com a banana e as outras coisas", diz ela, que se inspirou em um comercial que era exibido na MTV nesta parte do clipe.
A artista também conta uma curiosidade envolvendo a escolha de Yuri para a cena. "Eles convidaram um monte de gente no dia. Eu convidei o Bonde das Maravilhas para fazer essa coreografia comigo. No dia, elas falaram: 'tem um menino tão lindo ali'. Aí falei: 'então traz ele pra ser meu namorado do clipe'. E elas trouxeram. O Bonde das Maravilhas que escolheu ele. Foi simples assim".
Valorização do funk no exterior
Anitta mostrou o funk carioca para o mundo e acredita que o ritmo é mais valorizado no exterior do que em seu país de origem. "O funk é mais valorizado aqui fora, sim. Eu, particularmente, também acho que sou mais valorizada aqui fora nessa questão de premiações. Os meus maiores convites, oportunidades e prêmios, primeiro recebi aqui fora para depois ser considerada de fazer essas coisas no Brasil. O brasileiro tem essa coisa de não valorizar o que é nosso, de valorizar mais o que vem de fora. Acho que não é comigo. Acho que é cultural nosso. Aqui não, as pessoas olham pra gente com uma grande admiração, porque a gente tem um grande diferencial cultural. É por isso que aqui que acabo recebendo as oportunidades antes de receber no Brasil. O Brasil tem que começar a se ver incrível como é e como as outras pessoas de fora veem", comenta.
Após ser reconhecida internacionalmente por seu trabalho como cantora, estrelar capas de revistas internacionais e ser convidada para desfiles de grife, Anitta acredita que o funk e a favela venceram. "Acho que sim. Acho que venceu e seguimos vencendo. Todo mundo lá, os rappers falando 'quero fazer Brazilian funk'. Chegamos lá. Acho que ainda vai aumentar mais. Acho que vocês vão ver o funk ser o próximo ritmo do mundo. Meu sonho sempre foi esse. Acho que vocês vão começar a ver uma leva disso começando sem parar. Tenho certeza que a gente vai começar a ver vários rappers e artistas americanos fazendo funk cada vez mais. E ai virar uma coisa tipo reggaeton".
Lado atriz
Confirmada na sétima temporada da série "Elite", da Netflix, ainda sem data de estreia prevista, Anitta diz o que o público pode esperar de seu lado atriz. "'Elite' foi uma escola. Queria muito voltar para a próxima temporada, eles me convidaram. Acho que não vou conseguir por causa de agenda. O que acontece é que eu recebi convites para atuar em várias coisas e o deles aceitei. Eu queria ter essa experiência de aprender fazendo, como é estar no set, como é o comportamento. Eu adoro estudar antes, não gosto de fazer nada que eu não tenha noção. Gosto de pegar maturidade das coisas. Cheguei lá com essa mentalidade de aprender. Eles me ensinaram muito, as pessoas são maravilhosas", diz ela.
"Meu papel não é minúsculo, mas também não é muito grande. Vou estar em vários episódios. É um papel bacana, mas ao mesmo tempo não exige de mim a atenção de um protagonista. Não seria justo eu de primeira cair de paraquedas em uma coisa muito grande pra ser julgada e tendo que entregar um resultado. Não me sentia preparada. Então, queria aprender antes com um papel menor, pra quando eu for para as coisas maiores estar mais experiente. Vocês vão me ver aprendendo. Não tem nada de uma Fernanda Torres, um Oscar. Estou aprendendo com humildade", completa.
















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