Rio - Mariana Nunes, de 43 anos, estreou na segunda temporada de "Os Outros", do Globoplay, em que interpreta a personagem Maria, uma mulher misteriosa e atormentada por uma tragédia no passado. Na trama, a mãe de Kevin (Caue Campos) chega ao condomínio Barra Star Dream e se aproxima de Paulo (Sergio Guizé), marido de Raquel (Letícia Colin). Ela ainda o contrata como personal trainer, despertando o ciúme da corretora de imóveis.
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Apesar de desviar das tentativas de aproximação, Paulo começa a se envolver com a vizinha em um jogo de realidade virtual. No decorrer da série é revelado o real motivo que fez Maria se aproximar: ela quer vingança, já que acredita que Paulo é o responsável pela morte de seu marido, Nelson (Babu Santana).
Mariana exalta o elenco da produção e os profissionais envolvidos. "Gostei muito de fazer parte desse time de peso que é o elenco de 'Os Outros'. Luísa Lima na direção e Lucas Paraíso no texto, deram um suporte, uma base tão segura para nós, atores, que chegou a ser divertido contar essa história tão pesada", analisa.
Além do suporte dos diretores, a atriz também ressalta a importância do preparador de elenco para a construção da personagem. "A preparação contou com bastante tempo e pesquisa guiados por Tel Lenna que com toda sua sensibilidade conseguiu tirar o melhor de nós".
Mariana também opina que além de 'talento', a atuação também exige muito mais 'trabalho' e dedicação. "Cada vez acredito mais no trabalho do ator do que no talento do ator", frisa. Sem entrar em muitos detalhes, ela ainda conta que está envolvida em outros projetos. "Tenho dois trabalhos se aproximando, um no teatro e outro no cinema, mas por enquanto, ainda é segredo", conta, aos risos.
Teatro
E por falar em teatro, Mariana integra o elenco do espetáculo "Amor e outras Revoluções", com Tati Villela. Em cartaz no Teatro Glauce Rocha, Centro da cidade, até este domingo (27), a peça aborda as vivências de um casal de mulheres negras, Aynah e Luzia, respectivamente, que estão de casamento marcado.
"Falar sobre o amor a partir de uma perspectiva negra, contar histórias a partir dessa dessas subjetividades, dos sentimentos dessas mulheres e ainda assim conectar com outras camadas da sociedade. O amor sempre foi nos mostrado a partir de relações branco hétero normativas. Neste trabalho a gente inverte o olhar, o ponto de vista e o centro da cena agora é ocupado por essas narrativas dessas mulheres", explica Tati, que também é autora da produção.
Ela também fala da importância do espetáculo para a comunidade negra e LGBTQIAP+. "'Amor e outras Revoluções' é uma peça pioneira colocando esses corpos no centro da cena falando de amor. Trazer outras narrativas, narrativas de afetos e de empoderamento de todo um grupo onde a todo momento o sentimento do amar e ser amado é negado".
Por abordar uma temática pouco retratada no audiovisual, Mariana conta que muitos espectadores sentem suas vidas representadas no palco. "Muitas pessoas perguntam se colocamos uma câmera escondida em suas casas, porque as situações apresentadas na peça trazem o cotidiano. E é tão bom o público se ver, ver sua história, de sua família, se identificar com algo semelhante".
Tati também comenta que o espetáculo frisa a importância do amor próprio. "É para as pessoas se amarem e primeiramente a si, olharem para dentro para terem condições de olhar para fora. Quando falamos de grupo não padronizados, a busca pelo amor próprio é uma grande caminhada. Amor e outras revoluções se encontra com o público nessa caminhada da vida traçando um fio e trazendo muitos questionamentos sobre o amar e a falta dele".
*Reportagem da estagiária Mylena Moura, sob supervisão de Isabelle Rosa