Rio - A religiosidade que motiva grande parte das comemorações em todo o mundo tem sua origem em cultos a divindades consideradas profanas. A Vila Isabel perpassa em seu enredo "Nessa Festa, Eu Levo Fé" desde a mitologia greco-romana até o nosso São João, passando pela cultura indígena de Parintins e toda influência africana nas festas em todo o Brasil. A azul e branco será a terceira a desfilar na segunda (20), entre meia noite e 0h20.
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A ideia de unir festejos com religiosidade é seguida por vários países ao redor do mundo. Isto, desde os tempos da Babilônia. Na contemporaneidade, podemos citar como exemplo a Festa das Cores, na Índia, a de St. Patrick, na Irlanda, o próprio Ano Novo Chinês, cuja comemoração dura 15 dias. E, no Brasil, evidentemente, toda influência de matriz africana, como as que podemos presenciar na Bahia mais fortemente.
O cortejo que invadirá a Avenida promete contagiar o público para cantar forte e cantar alto, embalado pelo ritmo emocionante da bateria, a famosa Swingueira de Noel. A ideia é colocar todos para dançar e evocar a divindade que deu origem ao Carnaval.
Em sua terceira passagem pela Vila, o carnavalesco Paulo Barros revela que a questão da pandemia, a necessidade de isolamento e afastamento social, foi fator determinante para a escolha do enredo.
"Não teve ninguém que não tenha ficado triste com a pandemia. Hoje, a possibilidade de pensar e apresentar um carnaval sem mais tantas restrições traz, naturalmente, esse sentimento de alegria e diversão que decidimos colocar no enredo. Foi uma coisa quase que natural escolher festejar", contou o tetra campeão do Grupo Especial.
Cante com a Vila
Autores: Dinny da Vila, Kleber Cassino, Mano 10, Doc Santana e Marcos Intérprete: Tinga
Viver, sentir prazer Eu quero é mais me embriagar de tanto amor Ver o sagrado e o profano em sintonia Cair dentro da folia foi deus Baco que ensinou O mundo canta forte, canta alto Pelas ruas o cortejo No batuque e na dança Pedir, agradecer e celebrar é o dom de superar Renovando a esperança
Eu sou da Vila batizado no terreiro São Jorge protetor, Salve o padroeiro! A voz do morro traz o samba na raiz O ano inteiro sou festeiro e sou feliz
Seguindo em frente encarando o dia a dia É garantido e caprichoso emocionar Na explosão de cores, show de alegria Água de cheiro oferendas ao mar Pulei fogueira, anarriê no arraiá brinquei Na despedida também festejei Renasce na saudade a nossa devoção Vou respeitando a diversidade Seja qual for a religião
O Rei Momo convidou minha Vila Isabel Nessa festa eu levo fé Sou herdeiro de Noel No tambor da Swingueira Toda a luz do meu axé... Evoé... Evoé!
Ficha técnica:
Enredo 2023: "Nessa festa, eu levo fé" Carnavalescos: Paulo Barros Diretor de Carnaval: Moisés Carvalho Intérpretes: Tinga Mestre de Bateria: Macaco Branco Rainha de Bateria: Sabrina Sato 1º Mestre-sala e Porta-bandeira: Cris Caldas e Marcinho Siqueira Comissão de Frente: Alex Neoral e Marcio Jahú
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