G.R.E.S Porto da Pedra desfila nesta segunda noite de desfile da série Ouro, neste sábado(18). Foto: Reginaldo Pimenta/Agencia O DiaReginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - Após o primeiro dia de desfiles da Série Ouro na sexta-feira (17), mais oito escolas se apresentaram na Sapucaí neste sábado (18). A Porto da Pedra se destacou, sendo uma das favoritas para garantir o acesso ao Grupo Especial do Carnaval de 2024. A noite ainda teve a apresentação da União da Ilha do Governador, União de Jacarepaguá, Unidos da Ponte, Unidos de Bangu, Em cima da Hora, Império da Tijuca e Inocentes de Belford Roxo.

Este ano, somente a campeã conquistará o direito de se apresentar no Grupo Especial, no próximo Carnaval. As duas últimas colocadas no desfile serão rebaixadas para a Série Prata e vão desfilar na Nova Intendente, no ano que vem.

O Tigre de São Gonçalo trouxe o enredo “A invenção da Amazônia”, inspirado no livro de Júlio Verne chamado “A jangada”, de 1881, e levantou o público, arrancando aplausos por toda a avenida.


A comissão de frente foi intitulada “Amazônia, Mãe-Terra-Vida”, a proposta foi realizar um grande ritual sagrado de proteção a floresta, o grupo utilizou um belíssimo elemento cenográfico para compor a apresentação, a sensação foi de imersão total ao ambiente.

A agremiação foi a quinta escola a cruzar a passarela do samba na segunda noite de desfiles da Série Ouro. A escola terminou sua apresentação com 54 minutos.

União da Ilha do Governador

A União da Ilha do Governador fez uma homenagem aos seus 70 anos de história e ao centenário da madrinha Portela.O enredo foi “O encontro das águias no Templo de Momo”.

A comissão de frente trouxe um cortejo de arlequins, personagens tradicionais do carnaval, que com piruetas e acrobacias cortejavam um elemento cenográfico que representava o altar da realeza, onde se curvaram diante dos deuses do samba, expressados pela figura do Rei Momo do carnaval de 2022, Wilson Dias.


Apesar do excelente trabalho visual, o carro abre-alas passou apagado nos dois últimos módulos de julgamento, o que deve gerar despontuação que pode fazer falta em uma eventual título da Série Ouro. A escola foi a sexta agremiação a desfilar, encerrando sua apresentação com 53 minutos.

União de Jacarepaguá

Após sete anos longe do grupo de acesso do Carnaval carioca, a comunidade da União de Jacarepaguá voltou a pisar forte na Marquês de Sapucaí. A verde e branco do Campinho foi a primeira escola a desfilar neste sábado, com enredo “Manoel Congo, Mariana Crioula – Heróis da liberdade no Vale do Café”.

A comissão de frente, coreografada por Márcio Vieira e Fabrício Ligiero, desfilou fantasiada de “Coroação dos heróis da liberdade – Por um povo e sua bravura”. O samba-enredo da União de Jacarepaguá foi todo construído em primeira pessoa, como se um escravizado contasse a história dos heróis Manoel Congo e Mariana Crioula.


Apesar disso, as duas primeiras alegorias tiveram dificuldades em percorrer a passarela, formando dois buracos consideráveis na pista. O portão da dispersão foi fechado com 56 minutos, estourando em 1 minuto o tempo máximo de desfile.

Unidos da Ponte

Segunda escola a entrar na Sapucaí, a Unidos da Ponte apresentou o enredo “Liberte Nosso Sagrado – O Legado Ancestral de Mãe Meninazinha de Oxum”, desenvolvido pelos carnavalescos Rodrigo Marques e Guilherme Diniz.


Em 54 minutos de desfile, a Azul e Branca de São João de Meriti realizou um desfile com destaque para o bom desempenho de sua parte musical, com o funcionamento do samba-enredo, o excelente desempenho do intérprete Kleber Simpatia e espetáculo da bateria “Ritmo Meritiense”. Problemas apresentados em enredo, na apresentação do primeiro casal, Thainara Matias e Emanuel Lima, e na parte visual, no entanto, comprometeram a apresentação da escola

Unidos de Bangu

Sob o título “Aganjú… A visão do fogo, a voz do trovão no Reino de Oyó”, a Unidos de Bangu trouxe para Marquês de Sapucaí a história de uma qualidade de Xangô, o orixá da justiça. A ideia da agremiação foi trazer uma leitura diferenciada do tema, explorando fatos e lendas relacionadas que pouco foram mostradas na Avenida.


No entanto, uma série de erros graves em evolução, como a abertura de buracos e o embolamento de alas, prejudicou de forma significativa a apresentação, que terminou com 53 minutos

Em cima da Hora

Quarta escola do sábado de carnaval da Série Ouro, a Em Cima da Hora trouxe para a avenida o enredo “Esperança, Presente!”, em homenagem àquela que hoje é considerada a primeira advogada do Brasil: Esperança Garcia. Uma mulher negra, escravizada, que escreveu uma carta denunciando a violência e os horrores das estruturas racistas de um Brasil colonial e provinciano.


O ponto alto foi a bateria de mestre Capoeira e a exibição do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Porém, as falhas na parte plástica e na sequência das alas podem tirar décimos da agremiação, que fechou o seu desfile com 54 minutos

Império da Tijuca

Sétima escola de samba a desfilar, o Império da Tijuca iniciou a sua passagem pela Sapucaí já manhã de domingo (19). O enredo “Cores do axé” foi desenvolvido pelos carnavalescos Junior Pernambucano e Ricardo Hessez; e teve a sua inspiração nas pinturas do artista argentino Carybé, que era um verdadeiro apaixonado pela Bahia e a cultura de seu povo.


A agremiação do morro da Formiga exaltou a energia criadora que colore os rumos da vida: o Axé, constante e circular. Segundo o enredo, “A cada embalo da bandeira desfraldada, ecoa pelo vento o Axé da ancestralidade do samba”.

Inocentes de Belford Roxo.

Última escola a desfilar no sábado de carnaval da Série Ouro, a Inocentes de Belford Roxo exaltou as paneleiras de barro de Goiabeiras Velha, em Vitória, no Espírito Santo, através do enredo “Mulheres de Barro”, do carnavalesco Lucas Milato. Muito elogiadas por quem as consome, as comidas feitas em panelas de barra renderam elogios também na ala de baianas da Caçulinha da Baixada, que estavam vestidas de “Artesãs Indígenas”.


*Com informações do site Carnavalesco