Valesca Popozuda retorna para a Porto da Pedra após 10 anos afastada da escolaDivulgação/ Felipe Braga

Rio - Uma das pioneiras do funk e dona de hits como "Beijinho no ombro", Valesca Popozuda agora se prepara para brilhar no Carnaval como musa da Porto da Pedra, que este ano é a primeira agremiação a desfilar, neste domingo (11), e vai levar para a Avenida o enredo "Lunário Perpétuo - A profética do saber popular". Ao DIA, a funkeira conta seus preparativos para o desfile, reflete sobre sua carreira na música e celebra o retorno para a escola de samba após 10 anos afastada.
"Minha relação com a Porto da Pedra pesou muito. Quando iniciamos as conversas eu sentia que já era a hora de voltar para a Avenida, mas também sentia que precisava ser um lugar que significasse algo. Eu já fui rainha da escola e sempre fui muito acolhida por toda comunidade. Dito e feito. Eu voltei e a sensação é como se eu nunca tivesse saído. Me sinto em casa", afirma.
E para aguentar a intensa rotina carnavalesca, Valesca conta como tem se preparado. "Desde o ano passado eu venho praticando futevôlei e pegando pesado na academia. Acho que o principal é ter saúde para aguentar toda a carreira. Se a imunidade estiver fraca você termina fevereiro direto no hospital e eu quero isso longe de mim. Quero ter fôlego para o desfile, todos os shows e ainda curtir as festinhas (risos)".
Valesca aproveita para falar sobre sua agenda durante a folia. "Por enquanto estou super focada no Carnaval. Vou desfilar pelo Porto da Pedra, canto várias noites no Camarote Bar Brahma em São Paulo e aqui no Rio tenho o Carnavalesca, meu show especial de Carnaval, dia 12 de fevereiro, no Nau Cidades", relata.
A artista ainda ressalta o que significa para ela desfilar na Sapucaí. "É uma sensação incrível! A última vez que eu desfilei foi em 2023. Eu parei logo com o sucesso de 'Beijinho No Ombro' pois a minha agenda de shows lotou de uma forma extraordinária, graças a Deus. Tinha shows no Rio, São Paulo, Salvador, Mato Grosso, em tudo que é região, e ficou logisticamente inviável na época me dedicar aos ensaios e estar presente no dia do desfile. [Para mim], representa muito Carnaval, amor ao samba e a folia. É um trabalho de meses, cheio de suor e sangue que as comunidades colocam para fazer os desfiles acontecerem. Então, é um momento muito lindo quando tudo ganha vida e você está lá participando", diz.
Carreira
Valesca Popozuda foi vocalista do grupo "Gaiola das Popozudas" entre os anos 2000 e 2012, quando resolveu seguir carreira solo. Após tantos anos na música, a artista reflete sobre qual foi o momento que mais a marcou e o que ainda pretende conquistar. "Houve vários momentos legais na minha carreira. Desfilar como rainha de bateria, por exemplo, foi uma grande realização. Fazer shows internacionais, conhecer astros internacionais... Sobre o que eu ainda quero realizar, é gravar meu primeiro DVD", conta.
Para a nova geração do funk, ela aconselha: "Não desista. Nos momentos de dificuldade a coisa mais fácil parece ser simplesmente jogar as mãos para o alto e desistir. Mas se eu tivesse feito isso nas horas que o trabalho apertou, eu não estaria aqui hoje. Persistir é o mais difícil, porém, é o que de fato faz a diferença na sua carreira".
'Nunca saí de fato dos [funks] proibidões'
Valesca lançou a música "Xerec*o no chão" em janeiro deste ano. Após a repercussão, a artista conta qual foi a ideia da produção. "Eu conheci essa música em um aniversário da Marina Sena. É uma música com mais de 10 anos de idade e já ganhou várias e várias versões. Eu me apaixonei de cara e acho que a vibe tem tudo a ver com Carnaval e comigo mesmo. Está sendo hilário ver todo mundo fazendo os vídeos e jogando no chão", afirma.
A cantora ainda pontua sobre sua carreira no chamado "funk proibidão", que conta com letras mais explícitas, e revela se a nova música marca seu retorno para o estilo. "Eu nunca saí de fato dos proibidões. A questão é que quando eu segui carreira solo com 'Beijinho No Ombro', eu cheguei em lugares que eu nunca tinha chegado e não chegaria cantando proibidões. Hoje em dia todo mundo me conhece, do público A até Z, da criança até o idoso. Então, eu tenho um público que me acompanha, que ama proibidão e também tenho um público que não consome. Eu fico fazendo esse equilíbrio para sempre tentar agradar os dois, dar o que eles querem".
Valesca diz como faz para lidar com as críticas. "Não ligando (risos). Eu acho que gosto é muito único, cada um tem o seu. Quando eu disse que o público de A a Z me conhece, não significa que todos me amam, muito pelo contrário. Mas você pode não gostar de algo e continuar respeitando. Você não precisar atacar uma pessoa só porque ela faz uma música que você não gosta. É só não ouvir e está tudo certo", ressalta.