Gabriel David fala sobre mudanças no Carnaval 2025Reprodução/Youtube
Presidente da Liesa anuncia mudanças na Sapucaí: menos credenciais e rodas de samba pós desfiles
'A gente está falando do maior espetáculo da terra. A credencial tem que ser de trabalho, não uma credencial de status', diz Gabriel David
Rio - Gabriel David, 27 anos, presidente da Liesa, revelou as mudanças e novidades que terão na Sapucaí no Carnaval deste ano, que já começam com três dias de desfiles do Grupo Especial, de domingo a terça-feira (2 a 4 de março).
"Vai ter menos gente na pista. Esse é o ponto que tenho certeza que as pessoas vão observar. A gente já tem feito esse trabalho de contenção , de fato de tratar a pista como um palco sagrado. Eu brinco, mas é verdade, você não vê ninguém no meio do gramado do Maracanã no meio do jogo, não vê ninguém na pista de Fórmula 1 quando os carros estão correndo, não vê ninguém no palco de um show quando um artista está se apresentando, então por que as pessoas vão estar no palco dos artistas do Carnaval?", analisou.
Uma das novidades foi a construção de duas pontes de travessia de pessoas devidamente credenciadas que precisam se deslocar de um lado para o outro, sem precisar atravessar a pista.
"É uma forma de respeitar, de colocar esses artistas neste lugar de protagonismo e de mostrar organização nesse espetáculo todo. E permite evoluções interessantes até do ponto de vista comercial", complementa.
"A gente está falando do maior espetáculo da terra. A credencial tem que ser de trabalho, não uma credencial de status", disse.
Outra novidade são as apresentações de algumas rodas de samba tradicionais da cidade fecharão os desfiles, com a ideia de dispersar o público mais lentamente e melhorar o trânsito.
"Na saída tem uma questão que é todo mundo sair junto na mesma hora, isso atrapalha muito. Cada dia terá uma roda de samba raiz diferente. A gente tem Samba do Trabalhador, Roda de Samba do Beco do Rato, Cacique de Ramos e Terreiro de Criolo. Três dias de competição mais sábado das campeãs. Vai rolar embaixo do Arco da Apoteose, na Praça. Galera vai chegar no arrastão [após a última escola] quem tiver no Setor 12 e Setor 13 terá uma posição privilegiada", disse Gabriel.
"Mais do que só gerar entretenimento, tem uma questão de segurança da operação. Até as 6h vai ter samba rolando", completa.
'O Carnaval não tinha uma marca'
Gabriel contou ainda que quando entrou para a Liesa, em 2021, não existia diretoria de Marketing. "Isso já era uma coisa bizarra. Você não entender que você tem que promover, comunicar, conectar dentro de um conjunto chega a ser absurdo. Desenvolvi do zero, era tão bizarro que o Carnaval não tinha uma marca que simboliza os desfiles das escolas de samba", disse.
Quando entrou na Liesa, David falou que não tinha verba. "Demorou para se inserir no mercado comercial. No ano passado, as marcas estavam presentes nos camarotes só. Então esse dinheiro estava indo para o bolso de alguém e nem sequer passava para as escolas de samba, agora chega", contou.
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