Andressa Marinho é rainha de bateria da Unidos de Padre MiguelDeivid Maldonado / Divulgação

Rio - Depois de 52 anos, a Unidos de Padre Miguel retorna ao Grupo Especial do Carnaval carioca e apresentará o enredo "Egbé Iya Nassô", desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Louzada e Lucas Milato, na Marquês de Sapucaí, neste domingo (2). Rainha de bateria da agremiação, Andressa Marinho fará sua grande estreia no cargo representando "uma guerreira, que traz a força e a resistência da cultura afro".
Moradora da Vila Vintém, a professora de samba tem uma forte relação com o Carnaval. Sua trajetória começou em 2007, aos 5 anos, na Estrelinha da Mocidade. Aos 8, foi princesa e rainha do Carnaval da Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro (AESM-RJ). Em 2009, ingressou na ala de passistas mirim da UPM. Em 2023, representou a agremiação no concurso para eleger a corte do Carnaval, chegando entre as dez finalistas. 
No ano passado, Andressa se tornou musa da comunidade, ano em que a escola foi a grande campeã da Série Ouro. Em junho, foi anunciada como Rainha da escola e dois meses depois foi coroada. Estrear no posto no Grupo Especial é marcante. "Tem um gostinho mais que especial ser a rainha de bateria no ano de ascenção da minha escola", diz ela, que confessa: "A experiência reinando a frente da bateria é diferente de toda minha jornada até aqui, e apesar disso a sensação é como se estivesse desfilando pela primeira vez". 
Conhecida como Dedê, a majestade elogia a escolha do enredo deste ano e diz que é uma pessoa de fé. "Achei de grande importância encantar a cultura negra e a religiosidade afro. É um enredo forte, que conta a história da chegada do candomblé no Brasil. Sempre fui de muita fé e esse ano me iniciei em Ifà para cuidar do meu espiritual", comenta.
Marinho também revela quais são seus rituais antes de entrar na Avenida. "Pedir licença no solo sagrado, onde estarei pisando, e pedir proteção aos meus guias. Antes de pisar com o pé direito bato o pé três vezes no chão", entrega.