Tarcísio Meira em Orgulho e Paixão, sua última novela, de 2018TV Globo / Divulgação

Rio - O velório e o sepultamento do ator Tarcísio Meira, que morreu aos 85 anos na quinta-feira, serão restritos à família. "A família resolveu que só os familiares terão acesso ao sepultamento do ator Tarcísio Meira. Sendo assim, não será divulgada nenhuma informação. Agradecemos a compreensão e todas as mensagens de conforto recebidas", disse Tadeu Lima, assistente pessoal de Tarcísio e Glória, para a revista "Quem". Ainda de acordo com Tadeu, Glória Menezes continua internada. "Recuperando-se bem", completou. De acordo com o "Extra", Glória não vai acompanhar o sepultamento do marido.
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Tarcísio Meira morreu aos 85 anos nesta quinta-feira. O ator foi vítima de complicações da covid-19. Ele e sua mulher, Glória Menezes, estavam internados no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Glória continua em observação, com sintomas leves.
Trajetória
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Nascido no dia 5 de outubro de 1935, em São Paulo, batizado Tarcísio Magalhães Sobrinho, o ator tomou emprestado da mãe o sobrenome Meira, que, além de ser mais sonoro, somava 13 letras com o primeiro nome – uma superstição da época. O veterano começou a carreira artística no final dos anos 1950, em peças como "A Hora Marcada, "Chá e Simpatia" e "Quando As Paredes Falam", todas de 1957. Em 1959, fez seu primeiro espetáculo profissional, "O Soldado Tanaka", convidado por Sérgio Cardoso. Um dos maiores atores da teledramaturgia, Tarcísio Meira estreou na TV Tupi, também em 1959, no mítico "Grande Teatro Tupi", um programa de teleteatro.
Em 1961, o ator contracenou pela primeira vez com Glória Menezes em "Uma Pires Camargo", de Geraldo Vietri. Os veteranos se casaram no ano seguinte, em 1962. "Conheci Glória quando estava ensaiando uma peça dirigida por Antunes Filho. Eu a vi passar no palco e falei: ‘Que mulheraço! Que mulher bonita’”, contou em entrevista ao Memória Globo. Da únião nasceu, em 1964, Tarcísio Filho.
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Tarcísio Meira também teve passagem pela TV Excelsior, onde ele e Glória se destacaram em "2-5499 Ocupado", de Dulce Santucci, de 1963. Além disso, ele fez mais nove trabalhos na emissora. No mesmo ano, fez o seu primeiro filme: ‘Casinha Pequenina’, com Mazzaropi. A estreia na Globo aconteceu em 1968, em "Sangue e Areia", de Janete Clair, que consagrou o casal de atores como um dos pares favoritos da TV brasileira. A novela também marcou o início de uma parceria duradoura: ele protagonizou mais seis novelas da autora.
Outra parceria bem-sucedida de Tarcísio foi com Lauro César Muniz. A história do país serviu de cenário para "Escalada", de 1975. Nela, o ator viveu Antônio Dias, personagem que interpretou da juventude aos 70 anos, tendo testemunhado a construção de Brasília.
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"Irmãos Coragem", de 1970, novela na qual viveu o mocinho João Coragem, foi um dos maiores sucessos da fase preto e branco da TV brasileira. Para se ter uma ideia, o penúltimo capítulo da trama deu mais audiência que a final da Copa do Mundo. “Foi a primeira novela que os homens admitiam que viam. Até então, eles viam meio escondidos, porque novela era coisa de mulher”, explicou Tarcísio ao Memória Globo.
Além de "Irmãos Coragem", de 1970, outros papéis importantes do ator são "Cavalo de Aço", de 1973; "O Semideus", de 1973; "Guerra dos Sexos", de 1983; "O Tempo e o Vento", de 1985; "Roda de Fogo", de 1986; "Desejo", de 1990; "Rei do Gado", de 1996; "Torre de Babel", de 1998; "Hilda Furacão", de 1998; "A Muralha", de 2000; "O Beijo do Vampiro", de 2002; "Senhora do Destino", de 2004; "Páginas da Vida, de 2006; "A Favorita", de 2008; "A Lei do Amor", de 2016; e "Orgulho e Paixão", de 2018.
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"Orgulho e Paixão" foi seu último trabalho na TV. O veterano deu vida ao Lorde Williamson, um poderoso lorde inglês. No entanto, ele foi afastado da trama por conta de uma infecção pulmonar.