Gilberto BarrosReprodução

Rio - O apresentador Gilberto Barros foi condenado por um declaração homofóbica feita em setembro de 2020. A Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania de São Paulo fixou uma multa de R$ 32 mil pelo comentário do comunicador durante o programa "Amigos do Leão", em seu canal de YouTube. As informações são da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.
A decisão é baseada na lei estadual 10.948, sancionada em 2001, que pune a discriminação em razão da orientação sexual e identidade de gênero. Barros foi denunciado por William De Lucca, jornalista e ativista pelos direitos LGBTQIA+, após afirmar que bateria em casais do mesmo sexo que trocassem beijos na sua frente.
"Eu tinha que acordar às 2h30, 2h, e ainda presenciar, onde eu guardava o carro na garagem, beijo de língua de dois 'bigode', porque tinha uma boate gay ali na frente. Não tenho nada contra, mas eu sou gente. Naquela época ainda, você imagina, chegando do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz", disse o apresentador em entrevista a Sonia Abrão, que, na ocasião, ficou chocada com a fala de Gilberto em um episódio de comemoração dos 70 anos da TV brasileira.
A decisão foi aplicada pela Comissão Especial de Discriminação Homofóbica, que afirma: “Os comentários proferidos pelo denunciado [Barros], inclusive, num tom pejorativo e de aversão, foram preconceituosos e ofensivos, atentando à honra e dignidade da pessoa humana”. Gilberto ainda é acusado de incitar "o ódio e violência contra a população LGBTQIA+" e atribuir "uma conotação negativa e de repúdio à demonstração de carinho entre pessoas do mesmo sexo".
De acordo com a colunista, a defesa do comunicador alega que Barros tem amigos que fazem parte da comunidade LGBTQIA+, não teve a intenção de discriminar e não se dirigiu a nenhum indivíduo. No entanto, a comissão rebate afirmando que é “irrelevante o fato de o denunciado conviver diariamente e ter laços de amizade com pessoas das mais diversas orientações sexuais”. O apresentador pode entrar com recurso e, até o momento, não se pronunciou sobre a condenação.
Procurada pelo DIA para confirmar as informações, a assessoria da Secretaria da Justiça e da Cidadania de São Paulo afirmou que "o processo administrativo sancionatório corre em segredo de justiça até a decisão final. No momento, está em fase recursal".