Timotinho e Keity, que teve seu rosto preservado na reportagemReprodução da Record TV

Rio - A polêmica em relação ao inventário de Agnaldo Timóteo, que morreu em abril do ano passado, ganhou um novo capítulo. A ideia de Timotinho, afilhado do cantor, de publicar um livro contando o que viveu ao lado do artista e criação de um museu na casa deixada por ele na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, é o motivo da briga familiar. O desejo do produtor de eventos desagradou os outros herdeiros, inclusive, a filha do intérprete, Keity, de 15 anos. Em entrevista ao 'Domingo Espetacular', da Record, TV, os envolvidos no caso se manifestaram sobre o assunto. 
"Vou lançar o livro queira eles ou não porque é uma história minha com Agnaldo", começou Damião Sá da Silva, conhecido como Timotinho. Ele ainda disse que expôs a ideia sobre o livro para Keity. "Depois que o Agnaldo morreu, ela tem contato diariamente comigo. A gente se fala pelo telefone, dei a ideia do livro. Ela disse: 'se depender de mim, estou à disposição'", comentou o produtor de eventos. No entanto, a filha do cantor negou: "Ele disse que tinha falado comigo, pedido minha permissão, mas ele não entrou em contato comigo. Não falei com ele. Não dei autorização para ele", destacou a jovem, que teve sua imagem preservada na reportagem. 
A mansão de Agnaldo Timóteo, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, também é motivo de discórdia. Com 600 m², dois andares, cinco andares e piscina, a casa, que está fechada e sem manutenção, tem um grande acervo do cantor, com troféus, quadros e objetos pessoais do artista. Por isso, Timotinho pretende criar um museu no local. "Como o advogado e a família estão com dificuldades de manter a casa, que é um custo alto, tivemos a ideia, eu e alguns artistas, de criar um museu. Aí dá pra trazermos leis de incentivo e um monte de coisas", afirmou o produtor de eventos.
Além de Keity, os irmãos de Agnaldo Timóteo, Rutinete e Cícero, já se manifestaram contra as propostas de Timotinho. O advogado Sidnei Lobo Pedroso, inventariante deixado por Agnaldo Timóteo e o tutor legal da filha do artista, também desaprovou a ideia do museu. É ele quem administra um patrimônio de cerca de R$ 16 milhões, além dos direitos autorais e de imagem do artista.
"A partir do momento que o Agnaldo Timóteo morreu e abriu o inventário, precisa ser respeitada a decisão dele dentro do processo. Então, não é qualquer um que vai fazer o que quer e o que bem entende", disparou Sidnei, que ainda criticou a postura do produtor de eventos. "Assim que o Agnaldo Timóteo morreu, eu recebi uma ligação dele. Ele ficou sabendo do testamento e o quê perguntou no telefone? 'Doutor, o Agnaldo Timóteo me colocou no testamento?'. A minha resposta foi pontual: 'por que ele haveria de deixar pra você alguma coisa?'. Gente, sabe o que está acontecendo? Dinheiro. Todo mundo está tentando tirar uma casquinha dos 56 anos de trabalho do Agnaldo", opinou.
Timotinho rebateu a acusação do advogado. "Estou aqui falando que não faço questão e nem quero de estar em testamento. Se eu quisesse, eu podia ter pedido ao Timóteo para me colocar. Virei produtor de eventos e sou um cara feliz e bem resolvido", ressaltou. 
Apesar das negativas dos herdeiros, Timotinho reforçou: "Eu vou lançar o livro queira eles ou não porque é uma história minha com Agnaldo... O livro é certo que vou fazer porque é a minha história com ele. A questão do museu, vou pedir aos meus advogados para me orientar com isso", destacou ele. 
Divisão de bens
Na divisão dos bens de Agnaldo Timóteo, Keyty ficou com 50% dos bens, tem direito mais 25% dos lucros e soma um total de 75%. Rutinete e Cícero, irmãos do cantor, levaram 7,5% cada e os afilhados Márcio e Marcelo ganharam 5% cada. Maria do Carmo, outra irmã do artista, ficou com um apartamento em usufruto. 
Ao 'Domingo Espetacular', o inventariante dos bens de Agnaldo Timóteo, Sidnei Lobo revelou o desejo de todos os familiares entrarem em acordo para dar fim a disputa pelos bens do artista na Justiça. "O que eu tentei e estou tentando e espero que a gente consiga isso é uma acordo com a família para que a gente encerre logo o testamento. Encerre também esse inventário e cada um vai receber seu por direito que foi deixado em testamento", frisou o profissional. 
Herdeira 
Após ser reconhecida legalmente como herdeira de Agnaldo Timóteo, no ano passado, Keity Evelyn, de 15 anos, mora, em São Paulo, com Maria do Rosário, sua mãe de criação. Ao programa jornalístico, da Record TV, a jovem falou sobre a saudade que sente do cantor. "Todo dia é uma saudade muito grande. A gente fica lembrando das coisas que ele fazia, dos momentos, de como ele era em casa. E dá uma saudade de não ter ele pra gente poder abraçar, poder escutar a voz dele", contou ela, que revelou o que tem feito. "Tô estudando, tô de férias agora, mas logo vão voltar as aulas e eu tô animada, tô me dedicando para ir bem nas provas. Ganhei dois cachorrinhos e são muito lindos: o Alemão e o Hércules. Tô vivendo uma vida legal".