Turnê Inocente Demotape conta com efeitos visuais de última geração e um balé completoReprodução

Rio - Considerado um dos maiores nomes do rap nacional, Djonga roda o Brasil com sua nova turnê, "Inocente Demotape", que leva o nome de seu último álbum. O cantor, que se apresentou no Rio no começo de fevereiro, ainda faz shows em Salvador e Curitiba, nos dias 26 de abril e 11 de maio, respectivamente. Para o DIA, ele revela suas inspirações no começo da carreira e vibra pelo sucesso do espetáculo pelo país.
Com efeitos visuais de última geração e um balé completo, a turnê proporciona uma atmosfera imersiva para provocar sensações e fazer os fãs viverem uma verdadeira catarse ao lado do artista. Djonga conta como foi o processo de criação para essa experiência.
"Eu estou sempre querendo melhorar como artista e era importante para mim fazer um show mais completo, com mais elementos cênicos, com banda, balé... Era um caminho que eu já estava seguindo, mas o lançamento de 'Inocente Demotape' trouxe a motivação perfeita. Nesse álbum, eu criei um universo que não só faz sentido nas letras, mas também no palco. Junto com a minha equipe, planejei uma apresentação que conta uma história por meio dessas músicas e, claro, dos sucessos que não podem faltar. Estou bem feliz com o resultado", diz.
Em um desabafo nas redes sociais, o rapper relatou que quando tentaram patrocínios para o espetáculo, nenhuma marca quis fechar. Apesar disso, Djonga afirma que nunca pensou em desistir. "É assim desde o início: nós por nós. Nunca precisei de marca para fazer meu corre acontecer e não ia ser agora que eu ia desistir. Claro que ajudaria, mas meu público é muito fiel e comprou a ideia. O resultado está aí: estamos lotando shows em várias cidades do Brasil", comemora.
Sucesso nas plataformas
O último álbum de Djonga, "Inocente Demotape", que dá nome a turnê, ganhou destaque nas plataformas digitais e atingiu o Top 12 dos mais ouvidos do país no Spotify Brasil. Acumulando 50 milhões de reproduções em apenas 60 dias, o projeto conta com participações de Veigh e Thiago Lisboa.
Sobre a conquista, o rapper não esconde a emoção. "É muito especial. Ainda mais porque lá no topo estão vários da cena também. O rap alcançou um patamar que era inimaginável há uns anos, mas agora virou realidade. É uma realização de verdade, e me sinto muito honrado", ressalta.
Participação no show de Zeca Pagodinho
Em fevereiro deste ano, Djonga participou da gravação do DVD de Zeca Pagodinho em comemoração aos seus 40 anos de carreira. O rapper, então, reflete sobre como se sentiu com o convite. "Foi uma honra! O Zeca é um dos maiores cantores do Brasil e referência para todas as quebradas do país. Saber que o cara me respeita e ainda me chama para chegar junto de um DVD de 40 anos é uma validação maior que qualquer prêmio. Foi um dos melhores dias da minha vida", declara.
O momento, inclusive, entrou na lista de Djonga sobre o que mais o marcou em sua carreira até aqui. Na reflexão, ele ainda pontua sobre sua representatividade. "Eu acho que sentir que sou importante para tanta gente. Quando percebi, virei referência para vários pretos pelo Brasil e, com isso, veio uma responsabilidade também. Isso é muito forte para mim e traz uma responsabilidade muito grande. Até hoje me marca muito. Mas se for para escolher um momento, pode ser a participação no show do Zeca mesmo. Vou guardar para sempre na memória", afirma.
Inspiração 
Nascido em Belo Horizonte, na Favela do Índio, Djonga cresceu no bairro de São Lucas, em Santa Efigênia. O artista, que começou a compor em 2010, com apenas 16 anos, revela qual foi sua inspiração no começo da carreira.
"No rap a gente fala muito da 'fome'. Nem sempre no sentido literal, mas sim da vontade de vencer cantando as suas paradas. Eu precisava botar tudo o que eu sentia para fora. Os desafios para um cara como eu são muitos e todo mundo deve imaginar, mas era essa fome de realizar os meus sonhos que me motivava", diz.
Sobre o "feat dos sonhos", ele faz uma análise de sua vida musical. "Eu já realizei a maioria dos meus sonhos e fiz coisas que jamais imaginei. Tenho música com Brown, cantei com os Racionais e tenho o respeito dos caras. Agora é cultivar os frutos do meu suor. Quero ver minha família bem, meus manos bem e seguir trabalhando com a minha arte", relata.
E para quem deseja começar no rap, Djonga aconselha: "Muita dedicação, estudo e respeito ao hip hop. Tem que lembrar também que não adianta querer ser conhecido no Brasil se não é na própria rua, no próprio bairro".
Novos projetos
Após o lançamento do álbum e o sucesso da turnê, o rapper dá spoilers dos próximos projetos. "Por enquanto minha prioridade é continuar levando a turnê pelo Brasil. A recepção do meu público tem sido incrível e quero focar nisso. Eu nunca paro de compor também, então em algum momento vai ter coisa nova, sim".