Sikêra Jr. é acusado de LGBTfobiaReprodução
Perda de anunciantes de Sikêra Jr. reflete cobrança das redes sociais, diz especialista
Trinta e sete marcas deixaram de anunciar no ‘Alerta Nacional’ após apresentador chamar homossexuais de ‘raça desgraçada’
Rio – Sikêra Jr. enfrenta a massiva perda de patrocinadores após chamar homossexuais de “raça desgraçada” às vésperas do Dia do Orgulho LGBTQIA+. Segundo o perfil Sleeping Giants Brasil, que encabeça a campanha #DesmonetizaSikêra nas redes sociais, 37 marcas já deixaram de anunciar no “Alerta Nacional”, programa jornalístico da RedeTV! apresentado pelo jornalista, que também teve a sua conta derrubada no Instagram.
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Para o especialista em conteúdo estratégico, Pedro Valério, a perda de anunciantes do apresentador está ligada a cobrança por posicionamento nas redes sociais. “A perda desses anunciantes está diretamente relacionada à pressão popular feita nas redes sociais após esse caso do preconceito”, afirma o especialista, que ainda reforça a relevância das redes sociais no combate ao preconceito.
“Com as redes sociais, uma grande diferença é que, agora, a gente tem um veículo de mídia na palma da nossa mão, o que não existia antes. Com esse poder, a gente consegue falar sobre preconceito, fazer conteúdos virais e dedicar um mês todo de conteúdos educacionais sobre a própria comunidade LGBTQIA+. Então, você consegue ter uma diversidade de ideias e uma conversa mais abrangente. O alcance das redes dá voz a quem não tinha antes”, pondera.
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Marcas como Casas Bahia, TIM, MRV, Renault, Mercedes Benz, a plataforma Kwai e o banco Caixa estão entre as empresas que se desvincularam do apresentador. “Quando marcas grandes se posicionam a favor de um grupo (minoritário) e contra Sikêras, isso é muito favorável para a marca. Como estratégia de marketing, é ótimo. Como desenvolvimento da sociedade, é melhor ainda”, diz o especialista, que ainda faz um alerta as marcas em geral.
“Quando uma marca está patrocinando uma mídia, um influenciador ou um programa, ela está incentivando e dando ferramentas para tal mensagem perpetuar. Por isso, as marcas têm de estar sempre ligadas onde estão colocando o dinheiro de marketing caso aconteça um escândalo desse. Se não, as redes sociais passam a ver quem está por trás do programa e a derrubar essas empresas”, explica Pedro Valério.
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Pedidos de desculpa
Em edição posterior a que ele criticou um comercial de uma marca de restaurantes em celebração do Orgulho LGBTQIA+ e chamou gays de “raça desgraçada”, o apresentador se desculpou ao vivo, mas reiterou que a sua posição “continua a mesma”.
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“Eu preciso reconhecer que me excedi. No calor do comentário, posso ter usado palavras que me arrependo, sou humano. Errei, erro e vou errar, quantas vezes já repeti isso aqui? Sou humano... Você que se sentiu ofendido: lhe peço perdão. Extrapolei como nunca, revoltado com o que vi naquele comercial, e continuo contra, minha opinião continua a mesma. Mas você que se sentiu ofendido, o que eu posso dizer é que me perdoe”, disse.
A RedeTV! Também emitiu um comunicado à imprensa e reiterou que respeita à diversidade, apesar das falas de seu funcionário. "No caso do lamentável episódio envolvendo o apresentador Sikêra Jr. às vésperas do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, o mesmo desculpou-se publicamente durante o programa da última terça-feira, reconhecendo o equívoco de suas declarações perante a todos que se sentiram justificadamente ofendidos e a todos seus telespectadores, o que certamente servirá para o seu aprimoramento pessoal e profissional", dizia o texto.
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"Mesmo assim, a RedeTV! ressalta que tal comportamento não representa, de forma alguma, o posicionamento e o respeito da emissora à diversidade e população LGBTQIA+", frisou o comunicado.
*Estagiário sob supervisão de Tábata Uchoa
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