Ana Cecília CostaJorge Bispo / Divulgação
"Como Morena sou amorosa com aqueles que amo. Tenho o sangue quente nordestino que gosta de celebrar a vida com coisas simples: comendo, bebendo, dançando. Mas nunca projetei ter filhos, essa não foi uma prioridade na minha vida, e tudo certo com isso, me sinto realizada como mulher e com uma vida cercada de afetos", pontua.
Extrovertida, Morena conquista a todos na trama e também nas ruas. Todos querem ser amigos da mulher de Deocleciano (Jackson Antunes), como relata a atriz. Por trás das câmeras, Ana Cecília revela ser bem mais reservada.
"Morena é fogo e eu sou água. Ela é sagitariana, eu escorpiana. Sou muito sensível, ela é mais impetuosa, mais direta e divertida. Ela é mais para fora, eu sou mais para dentro", descreve a atriz, que não chega a encarar isso como um problema. "Acesso este lugar extrovertido sem dificuldade, é uma delícia brincar com o fogo dela, dar aquela risada de Morena puxa minha energia positiva e solar".
Desafios e aprendizados
Com 35 anos de carreira, Ana Cecília começou a formação em teatro ainda adolescente, em Salvador. Aos 19, estreou como atriz na extinta TV Manchete. Também formou-se em Cinema, fez mestrado em Comunicação e chegou a trabalhar fora do Brasil por um tempo.
A baiana comenta que enfrentou alguns desafios, dentro e fora dos palcos. "O maior foi não desistir. Esta é uma profissão instável, de altos e baixos, quente e frio, que requer disciplina emocional e econômica", expressa, sobre a trajetória profissional.
Já em cena, ela reúne o que chama de bons desafios, como a preparação que cada personagem exige: "Por exemplo, com Gaia ('Joia Rara', novela de 2013) mergulhei na pesquisa do universo sombrio e pesado do holocausto e das prisões políticas, perdi sete quilos e raspei os cabelos. Foi um processo desafiador, mas que me deu mais consciência política".
Trabalho em 'Renascer'
Com o folhetim das nove, Ana Cecília Costa diz estar vivendo um momento especial dentro da televisão. "Estamos contando uma história bem brasileira, trazendo pautas corajosas e necessárias como a tolerância entre religiões e diversidade de gêneros em sintonia com o Brasil inclusivo e plural que desejamos".
A interação com a equipe também é um fator que ajuda a tornar o trabalho mais agradável. A artista destaca, principalmente, o convívio com o seu núcleo, que inclui os atores Jackson Antunes, Juan Paiva, Samantha Jones, Eli Ferreira e Juan Queiroz.
"Desde a primeira semana, houve uma contracena maravilhosa com um clima gostoso fundamental para passar o amor e aconchego daquela casa. Acho nosso elenco primoroso, um time talentoso e diverso, uma escolha muito acertada! Quando acontece algum evento, tipo casamento, tenho a chance de encontrar os outros colegas e é muito gostoso", comemora.
Papéis marcantes
Em 2019, Ana Cecília atuou em "Órfãos da Terra", folhetim das seis criado por Duca Rachid e Thelma Guedes, que ganhou o Prêmio Emmy Internacional de melhor telenovela. Na trama, a atriz interpretou Missade, que foge da guerra na Síria junto com o marido e os dois filhos.
"Sem dúvidas, foi a personagem que me exigiu mais dedicação na composição de sotaque e uma concentração diária no set para a entrega emocional em cena. Com ela, atravessei os horrores de uma guerra e o drama do desterro", lembra a atriz, que contracenou com Marco Ricca, Julia Dalavia, Alice Wegmann, Renato Góes, entre outros.
Quatro anos depois, em 2023, ela voltou a trabalhar com Duca Rachid, na novela "Amor Perfeito", interpretando Verônica. "Uma mulher apaixonante, mãe solo, sem preconceitos, à frente do seu tempo, que provocou um debate importante sobre a sexualidade e autoestima das mulheres", declara Ana, que atuou ao lado de Paulo Betti e Carmo Dalla Vecchia.
"Para mim, uma das coisas mais interessantes em ser atriz é este jogo de se colocar no lugar do outro, isso é lúdico e profundo, as personagens me tornam um ser humano mais livre e empático", resume.
Vida pessoal e exposição na mídia
Equilibrar a vida pessoal com a rotina intensa de gravações e ensaios é uma tarefa difícil que a atriz enfrenta com estratégias simples, mas eficazes: "Gosto de atuar, trabalho para mim é uma alegria, não é um peso. O meu kit básico: reza, família, amigos, atividade física, ioga, banhos de mar e gatos".
A exposição na mídia é outro aspecto que Ana Cecília ainda está aprendendo a lidar. "Isso traz coisas muito boas como reconhecimento, o que gera novos trabalhos, e uma onda positiva de carinho do público, mas sinto também uma voracidade em relação à sua intimidade potencializada pela internet", reflete a atriz, que não é muito adepta das redes sociais.
"Demorei para entrar no Instagram e até hoje não uso Twitter (atual X), porque não fui criada neste ambiente virtual, ainda sou do tipo que faz amizade e namora na base do olho no olho", acrescenta.
Planos para o futuro
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