Rio - Belo, de 50 anos, é uma figura conhecida pelo grande público devido a vez inconfundível e a carreira na música. Poucos, no entanto, conhecem a intimidade de Marcelo Pires - nome verdadeiro do cantor. Em quatro episódios, a série "Belo, Perto Demais da Luz", do Globoplay, convida os fãs do artista a acompanharem momentos marcantes da vida dele, desde a infância em São Paulo até o estrelato, passando pela vida amorosa do compositor e retratando desafios profissionais e pessoais.
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Um deles foi a prisão de Belo em 2002, por suspeita de envolvimento com traficantes, e em 2004, por associação ao tráfico de drogas. Revisitar esse momento da vida foi doloroso para o artista. "Foi o pior momento, mas era primordial. Fui preso como Marcelo, nunca como Belo. O Belo não cometeu crime nenhum, o crime dele foi amar demais, se entregar demais, foi cantar demais, foi machucar o coração de cada um dos fãs. É bom separar isso, porque eu nunca soube separar o artista do ser humano", desabafa. "Estive ausente dos palcos, mas nunca estive ausente do coração das pessoas. Tenho certeza disso", frisa.
Dono de canções memoráveis como "Perfume", "Derê" e "Reinventar", Belo admite a boa fase profissional e entrega que já sofreu com suas canções assim como os fãs. "Eu sou daquele ditado que o dono da dor sabe o quanto dói. Eu falo que esta é a terceira onda: vivi os anos 1990, os 2000 e agora, 2024. Vocês já conhecem o Belo, mas o Marcelo Pires vocês vão conhecer ali. Com certeza sempre entreguei muito amor, muito carinho, muita música boa, já fiz muita gente sofrer com as minhas canções, já sofri muito com as minhas canções também".
No auge da carreira, com shows solo lotados, em turnê com o Soweto para comemorar as três décadas do grupo e participação na série "Arcanjo Renegado", o cantor revela se dá tempo de paquerar, já que está solteiro. "Lógico que dá tempo. Dá tempo de tudo", declara, aos risos.
Separação
Durante o processo de gravação do documentário, Belo vivenciava um momento delicado na vida pessoal: a separação de Gracyanne Barbosa, com quem esteve casado por 16 anos. O anúncio do término veio à público em abril deste ano. Reflexivo, o cantor destacou a importância de expor isso, mesmo em meio à dor.
"Ela é primordial em todos os sentidos. A gente tem que visitar todas as histórias. Essa é uma história muito recente, da Gracyanne, 16 anos juntos e nos separando agora. Estava vivendo o documentário e a turnê do Soweto na época, então sempre tem um lado triste de tudo isso, mas se tornam mais histórias para contar. Na real, estamos falando de vidas. Minha história de vida é muito bonita, apesar dos percalços ela é bonita. Eu sou um vencedor porque, ao mesmo tempo que eu sou resistente, eu sou existente também", acredita.
Gracy, inclusive, deu depoimentos sobre o relacionamento entre os dois para a produção. "Foi um casamento incrível, mas ele mentiu para mim a vida inteira. Ele precisa cuidar da cabeça", desabafou em um momento. Ela também entregou que o cantor "não é (um bom pai)".
Depoimentos de famosos e ausência de Viviane Araújo
Outros famosos fizeram questão de opinar sobre Belo na série, com produção de José Junior, direção artística de Jorge Espírito Santo e roteiro e direção de Gustavo Gomes, como Claudinho e Criseverton, fundadores do Soweto, até figuras como Alcione, Ludmilla, Marquinhos Sensação, Dudu Nobre, Chrigor, Marcio Art, Netinho De Paula, Péricles, Luciano Huck e Romário.
Em contrapartida, Viviane Araújo, que foi casada por quase dez anos com o cantor, não topou participar da produção. "Querer falar já é uma outra coisa. Eu respeito, é uma decisão dela, né? Mas que ela não vai ser falada dentro da série? Ela vai, porque ela faz parte da minha história", dispara Belo. Os dois colocaram um ponto final na relação em 2007.
Futuro
Sobre o caminho que deseja trilhar no futuro, Belo conta: "É o caminho que eu estou traçando agora. Eu passei por um momento muito difícil, mais uma vez, uma separação agora em 2024, abrindo uma turnê do Soweto com 90 mil pessoas no Allianz Parque por dois dias. E a minha entrega sempre foi meu coração, sempre foi a minha música. A música sempre me libertou, então eu quero continuar caminhando da forma como eu estou caminhando. Estou fazendo programas aí na Globo: o documentário, a série Arcanjo Renegado, estou na série Verônica que vem ano que vem, estou buscando um especial dentro da Rede Globo. Estou me entregando. Mais uma vez a música está me libertando, mais uma vez a música é que me salva de tudo que está acontecendo".