Rio - Depois de interpretar Júpiter em "Família é Tudo" (2024), Thiago Martins, de 36 anos, retorna às novelas como Vasco, porteiro de um prédio em Vila Isabel, em "Vale Tudo", novela das 21h, escrita por Manuela Dias, que estreia nesta segunda-feira (31), na TV Globo. O personagem é pai de Jorginho (Rafael Fuchs), fruto de sua breve relação com Lucimar (Ingrid Gaigher) e, por gastar seu dinheiro com jogos online e devido ao sonho de ser um pagodeiro famoso, deixa de cumprir suas responsabilidades como o filho - o que poderá encrencá-lo na Justiça. Ao Meia Hora, o artista dá mais detalhes sobre o papel e fala sobre os momentos especiais da carreira. Confira!
fotogaleria
- Fala um pouco sobre seu personagem e essa participação em 'Vale Tudo"?
Primeiro que entrei de gaiato nesse navio, entrei aos 47 do segundo tempo, justamente por uma questão de agenda, de shows, mas deu certo. Estou muito feliz. O Vasco é um cara que é o típico brasileiro, entre erros e acertos, ele vai trazer alguns assuntos importantes para o Brasil.
- Que assuntos são esses?
A gente vai trazer o lance da mãe que cria o filho sozinha, sem a figura paterna. A gente vai tocar no assunto da pensão alimentícia, do vício, das bets (apostas onlines). Acho que ele vem com essa camada 2025, trazendo todos esses problemas e soluções do brasileiro. Ele é um cara querido em Vila Isabel, mas não é 100% como pai dentro de casa.
O Vasco acumula muitas dívidas devido ao jogo?
Ele é um cara que vai se enrolando. Ele tem a pensão para pagar, mas prefere jogar. Aí dá uma desculpa para a Lucimar, que é a ex mulher dele, eles têm uma relação super conturbada por ele não dar a estrutura para o filho dele, Jorginho. Vamos ter esses conflitos e esse assunto que é sério, sobre pessoas que vão se endividando pelo jogo, acho que 95% dos brasileiros pelo que li já estão jogando ou entrando nesse lugar. Eu, particularmente, não sou muito fã, não jogo, nunca fui fã de competição assim.
- Você chegou a frequentar algum grupo de apoio de viciados em jogos?
A real é que todo mundo hoje joga. A maioria dos meus amigos jogam, todas as pessoas que estão ao meu redor. Até minha equipe da banda, todo muito faz uma 'fézinha', tem esse extra. Ele falam que apostaram R$ 1,50 e ganharam R$ 100 no jogo. Acabei escutando boas histórias de vencedores e péssimas histórias de perdedores. Se você joga, está sujeito a ganha e perder.
- Como é a relação do Vasco com a música?
Ele tem uma banda de pagode, ele é porteiro, mas nas horas vagas ele faz samba, sonha em viver de música. É um cara enrolado com dinheiro, não se organiza financeiramente. A gente pode dar boas risadas, mas também vamos tocar em bons assuntos.
- Você vai gravar alguma música que será trilha sonora do Vasco em 'Vale Tudo'?
A ideia inicial é escrever alguma coisa ou trazer alguma coisa do Thiago para o Vasco. Agora preciso entender o que a Manu (Dias, autora) vai escrever, mas estou feliz de poder viver um sambista, um porteiro, um cara que ali na Vila é super carismático. Acho que o Vasco fala muito do brasileiro hoje em dia.
- Você chegou a fazer um paralelo do personagem com a sua trajetória, do momento que você também queria achar seu lugar no mundo na música?
Como pobre sonhador, vim de comunidades, sempre foi o meu sonho viver de arte. Poder estar no Copacabana Palace lançando uma novela agora, isso é resultado um trabalho de muitos anos. Comecei com 6 anos no grupo Nós do Morro, minha vida foi acontecendo através da arte, com os sonhos na minha cabeça, de poder dar uma estrutura financeira melhor para a minha mãe, minha família e amigos. Poder ser dono dos meus próprios projetos, isso é um motivo de muito orgulho.
O Vasco também tem esse sonho, de poder dar certo na música, de fazer acontecer, de propriamente pagar a pensão do filho. Ele sempre arruma uma desculpa, mas é justamente isso, ele vai se enrolando. Os sonhos são bem parecidos, até porque a gente vem do mesmo lugar e tem as mesmas necessidades também.
- O Vasco é um 'caloteiro do bem'? Ou em algum momento ele vai se perder?
Ele é um cara leve, carismático. A Vila toda ama essa cara. Quando a Lucimar coloca ele na Justiça, os próprios amigos defendem e falam: 'Mas é o Vasco, ele é tão legal, um cara vascaíno doente'. Tem esse apelo, ele é carismático, mas se enrola. Não é um cara mau. Ele vai se enrolando com o vício no jogo, aí quando vê, ele não tem dinheiro para pagar a pensão do filho.
- E sobre a relação do Vasco e Lucimar, o que pode adiantar?
Eu acredito que eles ainda tenham o amor dentro deles, mas essa complicação dele não ser um pai 100% acabou afastando os dois.
- Como é sua relação com Vila Isabel?
Já bebi bastante chopp por lá com meu pai, ele era um cara sambista, faleceu em 2017, ele me levava para curtir a Vila, para tomar cerveja por ali depois que a gente se reaproximou. Joguei bola muitas vezes na Vila, tenho amigos lá, minha relação é bem próxima, até porque sempre passo por ali para ir para o Maracanã também.
- E se você pudesse palpitar em quem vai matar Odete Roitman, o que diria?
O Vasco. Vou puxar sardinha para o meu lado, a gente ia parar o Brasil (risos).
- Qual é o momento mais marcante da sua carreira?
Vou escolher esse momento atual, a gente vem trazendo uma novela das mais marcantes da televisão brasileira, teve essa audácia, essa coragem e sou um cara que sempre vivo o momento. O passado sempre diz alguma coisa, mas a gente tem que viver o agora. Estou feliz por fazer parte dessa obra, espero que seja o mesmo sucesso que foi.