Sommelière Francesca Sanci é a autora de ’O Livro da Cerveja’Leo Aversa / Divulgação
Sommelière Francesca Sanci lança livro fundamental para amantes da cerveja
'O Livro da Cerveja' aborda desde a história da bebida até as escolas mais importantes e novos movimentos, que incluem o Japão e o Brasil
Rio - A cerveja é uma das bebidas mais populares do Brasil. No Rio de Janeiro, então, não há quem resista a uma loura gelada no calor de 40ºC da Cidade Maravilhosa. Com a revolução cervejeira, as várias escolas e estilos ficaram ainda mais em evidência. Pensando nisso, a sommelière Francesca Sanci lançou "O Livro da Cerveja", que traz uma luz para quem não entende tanto do assunto. A obra é um verdadeiro guia para os apreciadores de Pilsens, IPAs, Bocks, entre outros estilos.
Aos 28 anos, Francesca é amante da cerveja e tem experiência de sobra. Formada em Gastronomia pela UFRJ e pós-graduada em Gestão de Negócios em Alimentação, a sommelière tem especializações na área de alimentos e bebidas, incluindo cerveja, vinho, destilados e coquetelaria. Ela revela como surgiu a ideia de lançar o guia e o que os leitores podem esperar dele.
"Eu amo cerveja e ela disputa um espaço especial no coração com bons vinhos. Tudo depende da ocasião, mas com certeza a melhor bebida para socializar é a cerveja", inicia. "Eu sempre sonhei em ser professora e escrever um livro, mas essa história começou na verdade há quase cinco anos. Na época eu coordenava um curso de sommelièr de cervejas. Um dia, em uma conversa com o Raphael, que trabalha na editora Intrínseca, chegamos a falar sobre o 'Wine Folly', que é um grande sucesso dentre os livros de bebidas. Já era uma ideia deles ter um livro nos mesmos moldes visuais e após uma reunião que tivemos, eu saí de lá oficialmente como a autora do que viria a ser 'O Livro da Cerveja'", completa.
A obra aborda desde a história da bebida até as escolas mais importantes — Germânica, Belga, Britânica, Americana — e novos movimentos, que incluem Japão e Brasil, por exemplo. O livro traz informações gerais de produção e diversas curiosidades, assim como tabelas de harmonização. "É uma leitura descontraída, de um grande conteúdo, que se traduz em imagens e infográficos de forma muito leve. O objetivo foi facilitar o entendimento sobre a bebida desde a sua história até sua harmonização, passando por um guia super completo de estilos", explica a autora.
Mas será que quem não entende nada de cerveja vai se tornar um apreciador depois da leitura? "A minha expectativa é essa, saber que existem pessoas que leram o livro e conseguiram conhecer diversos estilos de cerveja diferentes pois sentiram confiança de ir ao mercado comprar. O livro tem a proposta, quando para o público iniciante, de ser um guia para o gosto pessoal", garante Francesca, que dá uma dica para quem está começando.
"Siga primeiro o seu gosto pessoal. Se gosta de cervejas leves e com pouco amargor, procure no guia cervejas parecidas com o perfil que gosta de beber. Se gosta de bebidas mais frutadas, busque cervejas com esse perfil também. Tudo depende do gosto pessoal de cada um. Existem cervejas para todos os gostos! Quem gosta de espumantes e vinho branco com certeza se dará bem com cervejas mais ácidas, por exemplo".
Para a autora, apesar de ser um país cervejeiro, o Brasil ainda não tem tradição na produção da bebida, mas nada impede que um dia a gente chegue lá. "Somos um país cervejeiro mas não temos a cultura cervejeira intrínseca que se tem em outros países como Inglaterra e Alemanha. Apesar disso, acredito que estamos caminhando bem tanto em quesitos tecnológicos quanto profissionais pra sermos referência em cerveja em algum momento", afirma.
Gastronomia
"O Livro da Cerveja" também tem um capítulo exclusivo dedicado a Gastronomia e sugestões de receitas como ragu de linguiça de pernil com Bock, que surpreende o paladar com seu sabor agridoce. Para Francesca Sanci, a harmonização é um fator muito importante para a experiência com a bebida. O petisco errado não chega a "estragar" o sabor, mas pode tornar a cerveja menos atraente.
"Na verdade estragar o sabor não, mas tornar a bebida menos atraente sim. O ideal é sempre buscar o equilíbrio de forças entre comida e bebida. Além disso tem outros fatores que também influenciam, como a qualidade dos elementos da harmonização e até mesmo o ambiente e a companhia com quem você está. As vezes isso pode estragar mais a sua harmonização do que os elementos em si. A minha dica é: prove e prove muito! Você não vai se arrepender", afirma a autora, que revela qual seu petisco favorito para acompanhar a bebida.
"Uma boa Pilsen com um peixe na brasa, sem dúvidas! Isso na minha humilde opinião, até porque considerando que o Brasil é um país enorme e com uma cultura tão diversa, essa combinação pode não ser a melhor dependendo da região".
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