Rio - Depois de um hiato de 16 anos, o escritor americano Cormac McCarthy, de 89, lança "O Passageiro", que chega ao Brasil pelo selo Alfaguara, da Companhia das Letras, em dezembro deste ano. Depois de vencer o Pulitzer com "A Estrada", Mc Carthy passou bastante tempo sem dar notícias e seu novo trabalho já movimenta o meio literário.
fotogaleria
O autor volta com uma obra em dois volumes: "O Passageiro" e "Stella Maris". Em "O Passageiro", o leitor conhece Bobby Western, um homem assombrado pela morte da irmã. A história é ambientada no Mississipi, em 1980. São três da manhã quando Bobby Western mergulha na escuridão do oceano. As lanternas subaquáticas revelam partes de um jato afundado, onde nove corpos ainda estão presos aos assentos. Os documentos de navegação, no entanto, desapareceram, assim como a caixa-preta. Deveria haver um décimo passageiro, mas não há sinal dele.
De volta à terra firme, Bobby segue as pistas que podem ajudá-lo a elucidar o mistério, que se torna mais intrincado à medida que ele avança. Em pouco tempo, ele é acossado por autoridades do governo e tem sua vida pessoal devassada.
O protagonista, em si, é também um mistério. Por meio da narrativa econômica e elusiva de McCarthy, mergulhamos em seu passado e conhecemos seus fantasmas: o pai foi um físico que participou do desenvolvimento da bomba de Hiroshima, e a irmã Alicia, frágil e instável, morreu de forma trágica. Ela é a única pessoa que Western realmente amou na vida, e sua ausência lhe arruína a alma.
"O passageiro" é um romance sobre moral e ciência, sobre as consequências do amor desenfreado e a loucura nos desvãos da consciência.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.