A repórter e apresentadora Juju Bonita fala sobre preconceito no Dia Internacional contra a HomofobiaReprodução
Combate à homofobia: conscientização e respeito
A repórter e animadora de plateia Juju Bonita fala sobre preconceito e deixa um recado no Dia Internacional contra a Homofobia
Olá, meninas!
Hoje, dia 17 de maio, é um dos dias mais importantes para a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, pessoas Transgênero, Queers, Intersexos, Assexuais e Pansexuais (LGBTQIAP+). Foi nesta data que a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do Código Internacional de Doenças (CID), em 1990. Desde então, o dia foi declarado o Dia Internacional de Combate à Homofobia, uma data simbólica em que as pessoas de todo o mundo se mobilizam para falar de preconceito e discriminação, ampliando a conscientização sobre as violações de direitos.
E não são poucos os episódios de preconceito. Essa semana, a repórter Lisa Gomes, da Rede TV, passou por uma situação bastante constrangedora enquanto estava trabalhando na cobertura do show da dupla Bruno e Marrone, em São Paulo. Lisa, que é uma mulher trans, foi alvo de uma fala ofensiva do cantor Bruno, que perguntou na frente de todos “Você tem pau?”. A cena causou uma situação muito desrespeitosa. Na internet, muitas pessoas chamaram o comentário do artista de transfóbico, uma verdadeira falta de respeito. Ele até se pronunciou pedindo desculpas, mas o estrago foi grande.
Casos como esse não são isolados, pessoas trans e gays precisam conviver com esses fatos diariamente. Juju Bonita, que também é repórter, apresentadora e animadora de plateia na Rede TV, sabe bem como é isso. Nascida em São Caetano do Sul, como Joaquim Machado, hoje se apresenta como Juliana e lembra que já sofreu muito preconceito.
“Já sofri preconceito na escola, quando tinha 8 anos, da minha professora. E já fui ofendida na minha cidade, por um médico, que foi extremamente transfóbico e agressivo. No dia a dia, temos situações comuns que são constrangedoras. Uma ida ao banco por exemplo pode ser muito desconfortável. As pessoas te olham de cima para baixo. Eu ainda não mudei meu nome nos documentos, tem gente que zomba mesmo. Com 16 anos eu já trabalha em baladas e encarei palco. Acho que esse foi um dos meus maiores desafios, encarar plateias e o preconceito. Já sofri ameaças de pessoas no palco”, explica Juju.
A artista começou como animadora de palco, trabalhou como apresentadora de eventos e usa seu carisma para alegrar as pessoas. Juju faz da sua arte uma forma de encantar e divertir a plateia. Carismática e extrovertida, coleciona amigos no mundo artístico e procura espalhar carinho por onde passa. Ela deixa um recado de união nesta data tão importante para a comunidade LBTQIA+.
“O recado que eu deixo é para que as pessoas se amem mais, tenham mais respeito umas pelas outras. Somos todos iguais, independente se a pessoa é negra, gorda, gay ou trans. Eu me amo do jeito que eu sou. O mundo precisa de mais amor. Essa é a maior mensagem”, destaca Juju Bonita.
O Brasil tem 12% de pessoas adultas que se identificam como LGBTQIAP+. Esse percentual corresponde a 19 milhões de brasileiros, de acordo com dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A homofobia é um desafio para todos nós, ela se refere, de uma forma geral, em qualquer situação de intolerância e aversão contra pessoas que não são heterossexuais e cisgênero.
“Desde 2018, o Supremo Tribunal Federal, por meio da ação direta de inconstitucionalidade por omissão 26, decidiu criminalizar ações que discriminem pessoas pela orientação sexual ou identidade de gênero ao equiparar a homofobia a uma forma de racismo devendo ser aplicada a Lei de Racismo, até que uma norma específica seja aprovada pelo Legislativo”, explica Giowana Cambrone, advogada, consultora de Diversidade e Inclusão, e professora de Direito da Facha.
Não é possível negligenciar os dados e como a violência homotransfóbica ocorre. Isso vai além das mortes e dos atos de violência física - já em número elevado - desde micro agressões do cotidiano, de forma física, chegando às estatísticas das mortes violentas, que chegaram a 256 no Brasil em 2022.
Avançamos muito, mas o caminho ainda é longo. Hoje é uma data para celebrar o amor e o respeito e para lembrar que todos somos iguais. Quando há carinho e dedicação tudo pode ser superado. Dignidade e esperança é o que eu desejo nessa data. O amor é livre. Por dias melhores, sem preconceito, sem violência e com mais tolerância. O amor sempre vence!
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