A prefeita de Quissamã, Fátima PachecoDivulgação

Criada em uma área rural no interior do município de Quissamã, no Rio de Janeiro, Fátima Pacheco é assistente social, mas sempre teve o sonho de entrar para a política. Hoje ela está em seu segundo mandado como prefeita de seu município e faz parte do grupo de mulheres que atuam em defesa das pautas femininas.
A cidade fica no Norte Fluminense do Estado, onde dos nove municípios, quatro (Quissamã, São João da Barra, Cardoso Moreira e São Francisco de Itabapoana) têm mulheres no comando da prefeitura. Além de fazer parte do grupo feminino na política, Fátima também é mãe, esposa, dona de casa e deixa um recado para as meninas que sonham em entrar na luta pelos direitos das mulheres. Vamos conhecer um pouco mais sobre o nosso mulherão desta terça?
Como é ser uma mulher de destaque na política?
Tenho orgulho da minha história política, onde tenho a chance de passar tal experiência às meninas que sonham seguir esse caminho. Sou assistente social da Prefeitura de Quissamã há mais de 30 anos, fui secretária de Assistência Social e vereadora por dois mandatos, até ser prefeita eleita e reeleita. Um caminho que consegui construir com muito trabalho e perseverança em uma cidade que tinha a política dominada por homens. Nas conversas, mostro a essas meninas que elas podem sonhar em trabalhar em qualquer profissão e em ocupar todos os espaços de poder. Nesse sentido, vejo que as mulheres estão trabalhando para ampliar o seu lugar na política. Temos todos os requisitos para este fim, mas ainda precisamos de condições iguais, principalmente nas eleições.
Como é a Fátima com a família e os amigos? E o seu lado mãe?
Como assistente social de formação, sou uma pessoa que gosta muito de conversar e de ouvir, humanizar os diálogos. Quissamã é uma cidade pequena, com 25 mil habitantes, então todos se conhecem pelo nome, se tratam de forma respeitosa. Assim, reunimos os amigos sempre que possível. Não venho de uma família de políticos e, por isso, agradeço muito ao meu filho, Lucas, e ao meu marido, Serginho, pelo apoio à minha carreira política. Eles não participam do ambiente político, mas estão sempre ao meu lado nas decisões, que me exige muita dedicação. Lucas é meu filho único, é advogado… Muitas vezes, acabei perdendo datas importantes ao seu lado pelos compromissos profissionais. Mas, sempre conversamos muito sobre a vida e os objetivos.
Quais são as suas ações e programas pelas pautas femininas?
Desde 2017, quando assumi o meu primeiro mandato, construímos uma rede de proteção à mulher em Quissamã. A estrutura conta com o Ceam - Centro Especializado de Atendimento à Mulher, a Patrulha Maria da Penha, a Sala Girassol e outras ações. Mas, além do apoio neste momento difícil, também ofertamos a possibilidade de novas oportunidades, com a presença maciça das mulheres em nossos programas de Bolsas Universitárias e de cursos profissionalizantes. Neste ano, por exemplo, lançamos o Pró-Mulher, um projeto que tem benefício de um salário mínimo para as mulheres que estejam sob medidas protetivas e que vivam em um quadro de vulnerabilidade econômica. Além desse valor mensal pelo período de um ano, elas estão fazendo diferentes cursos para aprender uma nova profissão.
Qual a sua mensagem para todas as mulheres?
As mulheres podem ocupar os cargos que elas sonham: vereadora, prefeita, empresária, médica, arquiteta, presidente... Temos exemplos de mulheres que servem de inspiração para todas as gerações. Fui criada em uma área rural do interior, estudei e alcancei o sonho de ser prefeita de Quissamã, uma cidade linda e muito acolhedora. No Norte Fluminense, dos nove municípios, quatro (Quissamã, São João da Barra, Cardoso Moreira e São Francisco de Itabapoana) têm mulheres ao comando da prefeitura. A mensagem que deixo é que estudem, dediquem-se à profissão e não abaixem a cabeça para críticas pejorativas sobre as condições das mulheres no mercado de trabalho.