Romper o silêncio é o primeiro passo pra recomeçarDivulgação
A advogada Letícia Peres, que é especializada em Direito das Famílias, chama a atenção pra um ponto muito importante: entender os impactos dessa violência na saúde das mulheres é essencial pra que a gente consiga romper com esse ciclo e oferecer um recomeço digno às vítimas. "O contexto de medo constante e insegurança permanente estabelece um estado de hipervigilância que compromete gravemente o descanso e o equilíbrio emocional. A violência doméstica institui um padrão de sofrimento que se torna extremamente difícil de romper sem suporte especializado adequado", explica.
E a gente sabe que esse sofrimento não para na mulher que sofre a agressão. Ele se espalha como uma ferida aberta dentro da casa, afetando filhos, vínculos, afetos. Letícia comenta que muitas mulheres se sentem culpadas, envergonhadas e, pior, acreditam que têm alguma culpa pelo que estão passando.
Por isso, não dá pra passar por isso sozinha. É preciso acolhimento, cuidado, apoio de verdade. Letícia defende que o acesso a terapias, grupos de apoio, atendimento psicológico e psiquiátrico, assistência jurídica e serviços como a farmácia popular são caminhos essenciais para a mulher que quer retomar sua vida com segurança e dignidade. "A intervenção precoce e estruturada pode prevenir efetivamente o agravamento dos danos à saúde mental, facilitando o processo de recuperação e a construção de uma nova trajetória de vida distante do agressor", afirma.
E se você — ou alguma mulher que você conhece — estiver vivendo uma situação de violência, é importante saber pra onde correr. Em caso de emergência física, o 190 deve ser acionado na hora. Para outros tipos de violência, dá pra ligar pro 180, procurar as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (as DEAMs) ou mesmo delegacias comuns.
Ah, e uma informação importante: no município do Rio de Janeiro, agora é lei. Com a Lei 8913/25, qualquer caso de violência doméstica que aconteça dentro de condomínios, seja em residências, apartamentos ou áreas comuns, precisa ser comunicado às autoridades. Um passo importante pra garantir que essa rede de proteção funcione de verdade.
Letícia encerra deixando um recado que vale como um chamado pra todas nós: é hora de olhar com mais atenção e empatia pra essas mulheres. “A conscientização social e a educação continuada sobre esta temática são elementos essenciais para romper definitivamente o ciclo de violência e assegurar às mulheres um futuro mais seguro, saudável e promissor”, conclui.
Porque no fim das contas, é disso que a gente precisa: segurança, saúde e liberdade pra viver com leveza e sem medo.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.