Até quando teremos a falta de empatia entre nós mulheres? Sem generalizar!
As recentes polêmicas em relação à Ary Mirelle, esposa do cantor João Gomes, expõe uma das faces mais cruéis da sociedade contemporânea: a naturalização do julgamento gratuito e a ausência total de empatia, especialmente quando se trata de mulheres em momentos vulneráveis.
Ary, que deu à luz há pouco mais de duas semanas, foi alvo de críticas sobre sua aparência nas redes sociais. Comentários sobre seu cabelo, sua aparência física e seu estado geral inundaram as plataformas digitais, revelando não apenas a crueldade de alguns internautas, mas também a ignorância sobre o que representa o puerpério na vida de uma mulher.
Quem é mãe sabe, estamos entregues aos cuidados e proteção da nossa cria. Então, é preciso questionar: desde quando a aparência de uma mulher que acabou de dar à luz se tornou algo questionável ao invés de compreendido?
Desde quando é aceitável julgar alguém que está vivenciando uma das fases mais intensas e transformadoras da vida feminina?
O puerpério é um período de profundas mudanças físicas, hormonais e emocionais. É um momento em que a mulher está se adaptando à nova realidade, lidando com a recuperação do parto, as demandas da amamentação e as alterações corporais naturais desse processo. Esperar que ela mantenha padrões estéticos irreais não é apenas cruel, mas demonstra uma completa desconexão com a realidade feminina.
Cadê a tal da sororidade tão falada? E tão perdida...
O que mais impressiona nessa situação é que grande parte das críticas vem de outras mulheres. Mulheres que, teoricamente, deveriam compreender as dificuldades e transformações pelas quais uma recém-mãe passa. Onde está o apoio mútuo que tanto pregamos?
Em uma era em que tanto se fala sobre empoderamento feminino e apoio entre mulheres, ainda vemos esse tipo de comportamento destrutivo. Mulheres atacando outras mulheres por questões tão superficiais quanto a aparência do cabelo revelam uma sociedade que ainda não aprendeu a valorizar o que realmente importa.
Porém, particularmente eu penso que é o mundo virtual que está nos arruinando. Ele vem para inúmeras coisas boas, mas os maus criaram asas para voar por ali.
Contudo, ainda acredito que existam homens bons, e literalmente aqueles que estão ali para defender sua família.
A atitude de João Gomes merece destaque não apenas pelo romantismo, mas pela lição de respeito e proteção que oferece. Ao sair em defesa da esposa com humor e carinho, ele demonstra como um parceiro deve agir: sendo escudo contra a maldade alheia e fonte de apoio incondicional.
Suas palavras, carregadas de amor e admiração, anulam, com amor, a frieza dos comentários maldosos. Enquanto estranhos se sentem no direito de julgar, ele enxerga beleza onde outros veem defeitos. Essa é a diferença entre quem ama de verdade e quem apenas observa para criticar.
Até quando vamos aceitar que a vida privada das pessoas, especialmente de mulheres em momentos delicados, seja transformada em entretenimento cruel? Até quando vamos normalizar a falta de empatia disfarçada de "liberdade de expressão"?
Cada comentário maldoso sobre a aparência de Ary Mirelle é um reflexo de uma sociedade que ainda não aprendeu a respeitar os processos naturais da vida. É um espelho de nossa própria crueldade e da urgente necessidade de desenvolvermos mais compaixão e menos julgamento.
Precisamos entender que, antes de emitir qualquer opinião sobre a vida alheia, especialmente sobre mulheres em fases vulneráveis, é fundamental perguntar: essa opinião é necessária? Ela constrói ou destrói? Ela demonstra empatia ou apenas satisfaz minha necessidade de julgar?
Ary Mirelle está vivendo um dos momentos mais plenos de sua vida: a maternidade. Ela merece celebração, apoio e respeito, não julgamentos vazios sobre sua aparência. Todas nós mulheres merecemos.
Que Deus abençoe com muita felicidade e luz a vida do casal, que sejam felizes e curtam a chegada de um filho, presente lindo.
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