Por thiago.antunes
Rio - Mais uma carreira que cuida do planejamento do serviço público estadual, inclusive do orçamento e da folha de pagamento, decidiu entrar em greve por tempo indeterminado. A iniciativa pode agravar a situação de penúria do estado. Desta vez, são os gestores públicos — lotados no Planejamento, na Fazenda, na Saúde e outras secretarias — que vão parar a partir de terça-feira.
A categoria engrossa a paralisação do grupo de servidores com funções imprescindíveis para rodar a folha e ajudar na elaboração de políticas econômicas — entre outras — do estado. Na última semana de dezembro, quatro categorias da Fazenda — analistas de Controle Interno, gestores de Controle Interno, analista da Fazenda e analistas de Finanças Públicas — entraram em greve.
Greves vão afetar pagamentos do estadoDivulgação

E, na segunda-feira, os executivos públicos, que têm função associada a dos gestores públicos, também vão parar, conforme a coluna informou na quarta-feira no DIA Online. Os gestores públicos, que totalizam mais de 200, decidiram pela greve em assembleia na quarta-feira, mas a comunicação ao governo foi feita na quinta-feira à noite.

Eles reivindicam calendário de pagamentos “de forma indistinta e igualitária” para todos os servidores e carreiras, tratamento isonômico aos ativos, inativos e pensionistas e regularização do pagamento das remunerações atrasadas e do décimo terceiro, com correções monetárias.

Um dos representantes da carreira, que não quis se identificar temendo represálias, afirma ainda que a situação do estado poderia ser amenizada, caso o trabalho de gestão dos profissionais fosse aplicado. “Se a gestão de fato fosse priorizada e não as decisões políticas, o estado não estaria nessa crise tão profunda como a que se encontra hoje”, diz.

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Outro pleito da categoria é a melhoria nas condições de salubridade dos ambientes de trabalho. Como a coluna divulgou, servidores do Planejamento (e de outras secretarias) exercem suas funções em meio ao lixo. Os próprios funcionários cuidam da limpeza, levando produtos de higiene de casa.
Os gestores pediram também mais transparência em relação aos gastos públicos. “Queremos propostas de plano consistente para ampliação do acesso público e simplificado a informações sobre gastos públicos”, afirma.
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Funções dos gestores
Membros da Associação dos Gestores Públicos do Estado explicam que há cargos como de especialista em Gestão de Saúde, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e Analista de Planejamento e Orçamento. Ressalta ainda que são funções indispensáveis da gestão pública, como orçamento, planejamento, logística, finanças públicas e recursos humanos.
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Criação dos cargos
Recém-criadas, as carreiras de gestores e executivos públicos têm como objetivo modernizar a gestão pública. Os executivos também elaboram estudos de impacto financeiro. Representantes das carreiras, porém, dizem estar insatisfeitos com o tratamento dispensado às categorias. “Apontamos para os problemas de gestão, mas somos ignorados”.
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Faltosos
Segundo servidores da Fazenda, funcionários de carreiras que não estão em greve também não têm aparecido para trabalhar. A Associação dos Analistas de Fazenda (Anaferj) diz que tem feito controle informal de ponto nas inspetorias para evitar que só analistas ganhem falta em decorrência da paralisação.
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Impacto
Segundo membros da Anaferj, a paralisação dos analistas de Fazenda e demais categorias da pasta (analistas de Controle Interno, gestores de Controle Interno e analistas de Finanças Públicas) afeta serviços que ajudam a fechar as contas do estado, como recolhimento de impostos, inclusive de IPVA, e atendimento ao contribuinte.
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Crédito integral
Servidores denunciam que apenas os funcionários do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Uerj, receberam ontem o salário integral de novembro. Enquanto isso, aqueles que estão lotados na Policlínica Piquet Carneiro, ficaram de fora. “Não pagaram a policlínica apesar de ser verba da Saúde. Absurdo”, reclamou um servidor.
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Educação Especial
Em reunião ontem, o prefeito Marcelo Crivella e o secretário de Educação, Cesar Benjamin, confirmaram a convocação de 900 novos agentes de apoio à Educação Especial e 825 novos professores em todas as áreas (entre banco de concurso e de migração). A notícia foi divulgada pelo líder do governo na Câmara, vereador Paulo Messina (Pros).