Rio - O Sindicato dos Profissionais de Educação da Faetec (SindpeFaetec) pretende negociar com a presidência da fundação um novo adiamento das aulas em toda a rede devido à precariedade das unidades e à ausência de recursos dos professores e servidores para trabalharem. Ontem, a Reitoria da Uerj (que também integra a Secretaria de Ciência e Tecnologia) decidiu postergar, por tempo indeterminado, o retorno às atividades pelo mesmo motivo.
Coordenador-geral do SindpeFaetec, Marcos Freitas afirmou que o reinício dos trabalhos em toda a rede já fora adiado por este motivo: as aulas seriam retomadas ontem, mas foram reagendadas para o próximo dia 7. A medida também foi negociada pela entidade com o presidente da fundação, João Marcos Mattos.
“Há a possibilidade de negociarmos novamente mais um adiamento de aulas, até que as condições mínimas para viabilizar o retorno sejam apresentadas”, disse Marcos Freitas.
A entidade ainda não negociou essa medida, pois está esperando o que ocorrerá com a presidência da Faetec. Isso porque com a saída de Pedro Fernandes (PMDB) — que retornou à Alerj — da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia e o comando da pasta sendo assumido por Gustavo Tutuca (PMDB) tudo pode mudar.
Segundo fontes da coluna, a expectativa é que Tutuca lime todos os nomeados do seu antecessor e promova uma ‘dança das cadeiras’ nos órgãos vinculados à Ciência e Tecnologia. Isso inclui o atual presidente da Faetec, indicado por Pedro Fernandes.
Sem salários
Os servidores e professores da Faetec fazem parte do grupo de mais de 200 mil ativos, inativos e pensionistas do estado que estão sem os salários de maio, junho e décimo terceiro de 2016. Essas pessoas, inclusive, seguem fazendo filas para buscar cestas básicas arrecadadas pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos (Muspe).
Doação continua
Ontem, o Muspe entregou 281 cestas básicas no Sepe. Desde que a campanha começou, foram distribuídos 3.010 kits. “Foi mais um ato de resistência e solidariedade, mas todos os servidores exigem seus salários. Por isso, estaremos dia 8 no Palácio Guanabara”, declarou a coordenadora do Sepe, Marta Moraes, citando a manifestação pelo pagamento em dia.
Sem manutenção
A decisão da Reitoria da Uerj de adiar por tempo indeterminado o início do ano letivo de 2017, que começaria ontem, demonstra o quadro caótico da instituição. Além dos atrasos salariais, a Reitoria apontou a falta de manutenção da universidade, com o não pagamento de terceirizadas que fazem a limpeza, vigilância e outros serviços.
Auxílio cancelados
O Conselho de Administração do Previ-Rio decidiu extinguir três benefícios pagos a ativos, inativos e pensionistas da Prefeitura do Rio. Vão acabar o auxílio-ortose e prótese (não concedido desde 2012); os auxílios de material escolar e de bolsa de estudos (suspenso em 2016). A autarquia apenas terminará de pagar o que foi prometido este ano.
Compra de terrenos
A prefeitura comprará dois terrenos do Funprevi (fundo que paga aposentadorias e pensões administrado pelo Previ-Rio). Será transferido o Centro de Convenções Sul América para o município, que desembolsará R$ 360 milhões por isso. O Previ-Rio alega que o contrato de concessão da área não compensava e a venda capitalizará o fundo.
Área do ONS
Outro terreno do Funprevi que será transferido para a prefeitura é o do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), no Centro. O Previ-Rio também alega que o contrato para concessão da área não é rentável e a venda será por R$94 milhões. Com isso, a autarquia fala em garantir pagamento de aposentados e pensionistas.