Por O Dia
Segundo o jornal 'O Estado de S. Paulo', o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo federal deu bolsas para "todo mundo" e que esse "desastre" enriqueceu meia dúzia de empresários quem não tinha a “menor capacidade” e "não sabia ler nem escrever". Segundo Guedes, o filho do seu porteiro foi beneficiado mesmo após zerar o vestibular. No entanto, o programa prevê no edital a exigência de nota mínima para aprovação do financiamento. As informações foram apuradas do Jornal O Globo.

“O porteiro do meu prédio, uma vez, virou para mim e falou assim: 'Seu Paulo, eu estou muito preocupado'. O que houve? 'Meu filho passou na universidade privada'. Ué, mas está triste por quê? 'Ele tirou zero na prova. Tirou zero em todas as provas e eu recebi um negócio dizendo: parabéns, seu filho tirou...' Aí tinha um espaço para preencher, colocava 'zero'. Seu filho tirou zero. E acaba de se endereçar a nossa escola, estamos muito felizes”, disse Guedes sem saber que estava sendo gravado.

As falas foram feitas durante reunião do Conselho de Saúde Suplementar (Consu), nesta terça-feira, 27. Paulo Guedes estava acompanhado dos ministros da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e da Saúde, Marcelo Queiroga, e de representantes do setor de saúde.

São beneficiados do Fies: Quem participou do Enem, a partir de 2010, e garantiu a média aritmética das provas igual ou superior a 450 pontos e não zerou a redação. Em 2014, foram financiados mais de 700 mil alunos. Em 2020, esse número caiu para 100 mil.

Nessa mesma reunião do Conselho de Saúde Suplementar, o ministro disse que "o chinês inventou o vírus, mesmo assim tem uma vacina menos eficiente do que as desenvolvidas por laboratórios privados dos Estados Unidos". Com ironia, Guedes buscou defender a maior eficiência de empresas privadas sobre o setor público.
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A acusação de que a China criou o Sars-CoV-2, o novo coronavírus, já foi amplamente explorada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump , e refutada por Pequim. A tese que culpa os asiáticos pela pandemia tem, nos últimos meses, agravado a crise diplomática entre Brasil e China, e a declaração de Guedes nesta terça pode piorar a situação, por isso a preocupação quando o ministro viu que o discurso se tornaria público.

Atualmente a principal vacina em uso no Brasil é chinesa, a CoronaVac , desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac, da China. O próprio Guedes foi vacinado com a CoronaVac.